Relação entre troponina T do cordão umbilical e medidas ecocardiográficas de função cardíaca em recém-nascidos pré-termo nas primeiras 24 horas de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fiorenzano, Daniela Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-07072021-120441/
Resumo: Os recém-nascidos pré-termo (RNPT) com idade gestacional inferior a 32 semanas podem apresentar períodos de baixo débito sistêmico durante a fase de circulação transicional, fato que pode se associar à piora do prognóstico neurológico. No entanto, os parâmetros para avaliação hemodinâmica do RNPT ainda são insuficientes para o diagnóstico do comprometimento circulatório. A ecocardiografia é considerada padrão ouro para avaliação da função cardíaca e a troponina cardíaca T (cTnT) reflete danos ao miocárdio. Coletada em sangue do cordão umbilical, a troponina T cardíaca (cTnTcordão) teria valor prognóstico, identificando os RNPT de maior risco para instabilidade hemodinâmica e, assim, permitindo uma intervenção precoce. Os objetivos do presente estudo foram: (1) descrever os valores de cTnTcordão em RNPT <= 32 semanas de idade gestacional; (2) analisar a correlação entre os níveis de cTnTcordão e medidas ecocardiográficas; (3) avaliar os níveis de cTnTcordão nos RNPT que desenvolveram disfunção miocárdica nas primeiras 24 horas de vida; (4) investigar a associação entre a cTnTcordão e os desfechos óbito, hemorragia intracraniana grave (HIC III/IV) e displasia broncopulmonar (DBP). Foram coletadas amostras de sangue do cordão umbilical imediatamente após o nascimento, para dosagem de cTnTcordão e gasometria. Foi realizada avaliação ecocardiográfica morfológica e funcional nas primeiras 24 horas de vida. Foram analisados os dados clínicos presença de hipotensão, uso de inotrópicos, suporte respiratório e necessidade de surfactante exógeno. Em 60 RNPT, a mediana de cTnTcordão foi 0,133 ng/mL (intervalo interquartil 0,088 a 0,184 ng/mL). A idade gestacional mediana foi 29,1 semanas (24,6 - 32 semanas) e o peso de nascimento médio foi 1015 ± 342 g. Todos receberam suporte ventilatório e 68,3% dos RNPT receberam pelo menos uma dose de surfactante exógeno. Quinze pacientes (25%) apresentaram hipotensão e dez (16,7%) receberam inotrópicos nas primeiras 24 horas de vida. Não houve correlação significativa entre cTnTcordão e os valores de pressão arterial média (r = -0,090, p = 0,499), nem associação significativa entre a presença de hipotensão e os valores de cTnTcordão (p = 0,841). Observou-se correlação entre cTnTcordão e fração de ejeção do ventrículo esquerdo, mas não houve diferença significativa nos valores da cTnTcordão nos RNPT com e sem disfunção cardíaca. Foi demostrada correlação positiva entre cTnTcordão e pressão média de vias aéreas (r = 0,365, p = 0,004), assim como entre o número de doses de surfactante e o valor de cTnTcordão. Não foi observada associação significativa entre cTnTcordão e HIC III/IV. A cTnTcordão se associou significativamente com o desfecho combinado óbito ou displasia broncopulmonar (p = 0,017). Após análise dos resultados foi possível concluir que cTnTcordão não foi capaz de antecipar a ocorrência de hipotensão ou a necessidade de inotrópicos; que a cTnTcordão não se correlaciona com medidas ecocardiográfica de função cardíaca nas primeiras 24horas de vida; que a correlação entre PMVA e cTnTcordão sugere que a cTnTcordão possa ter valor prognóstico em relação à gravidade da insuficiência respiratória.