Avaliação audiológica e hiperacusia nos Transtornos do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Stefanelli, Ana Cecília Grilli Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-05082019-111932/
Resumo: Embora hiper-reatividade auditiva (HRA) e/ou hiperacusia (HPA) sejam manifestações frequentes no Transtorno do Espectro Autista (TEA) são poucos os estudos que investigaram este sintoma com medidas fisiológicas ou exploraram os mecanismos auditivos neurais que podem estar associados a esta característica. O principal objetivo deste trabalho foi estudar a queixa subjetiva (o sintoma) e o desconforto observável (o sinal) da HPA no TEA e avaliar a relação com o efeito inibitório do complexo olivococlear medial (EICOCM). Foram recrutadas 13 crianças e adolescentes com TEA (idade média = 7,2 anos) de ambos os sexos, e 11 crianças e adolescentes com desenvolvimento típico (idade média = 7,2 anos) de ambos os sexos. Para avaliar a HPA, todos os sujeitos responderam a um questionário de caracterização desse sintoma. As medidas psicoacústicas e eletroacústicas permitiram a determinação da sensibilidade auditiva, do funcionamento coclear, do nível de desconforto auditivo e do campo dinâmico da audição. Para a avaliação da via eferente, o EICOCM foi investigado pelas emissões otoacústicas evocadas transientes com ruído contralateral. Os resultados mostraram que o grupo com TEA apresentou desconforto em intensidades mais baixas nas frequências de 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz (1 kHz, t = 1,99, p = 0,059; 2 kHz, t = 2,16, p = 0,042; 4 kHz, t = 2,37, p = 0,028), e menor faixa dinâmica auditiva em comparação com o grupo controle, sendo que nas frequências de 0,5 kHz, 4 kHz e 8 kHz houve diferenças estatisticamente significantes (respectivamente: 0,5 kHz p = 0,03; 4 kHz p = 0,01 e 8 kHz p = 0,03). As emissões otoacústicas evocadas transientes evidenciaram amplitudes de resposta coclear semelhante entre os grupos, porém, o efeito inibitório não: o grupo com TEA apresentou valores menores em comparação ao grupo controle (F(4;76) = 3,49, p = 0,01). Houve correlação positiva entre o EICOCM e a medida do campo dinâmico da audição. Crianças e adolescentes com TEA apresentaram maior ocorrência de hiperacusia, o que pode indicar que esse sinal está relacionado a um déficit no EICOCM