Processamento auditivo central em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista - nível I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Conrado, Talita Laura Braz Capano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234635
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais estudados na atualidade. Sabe-se que indivíduos com diagnóstico do TEA apresentam alterações de linguagem, dificuldade de compreensão de fala em ambientes com estímulos auditivos competitivos, intensidade de voz elevada, desconforto frente a estímulos auditivos ou baixa reatividade a sons e alterações prosódicas na linguagem oral. No entanto, apesar dessas alterações sensoriais altamente recorrentes, há escassez de pesquisas que investiguem as habilidades auditivas nessa população. Objetivo: Investigar o Processamento Auditivo Central (PAC) de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista-Nível I. Método: trata-se de um estudo de coorte transversal e de amostra de conveniência do qual participaram crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista-Nível I realizado por equipe multidisciplinar, conforme os critérios do DSM-5. Inicialmente se aplicaram, para a seleção da amostra, os seguintes procedimentos: história clínica, aplicação da escala ATA e da Escala de Inteligência WASI ou WISC-IV e avaliação audiológica básica. A amostra foi composta por 27 crianças e adolescentes do sexo masculino, destros, na faixa etária de 7 a 14 anos. O Processamento Auditivo Central foi avaliado por meio de avaliação comportamental na qual se aplicou os seguintes testes: Masking Level Difference (MLD), Fala com Ruído (FR), Dicótico de Dissílabos Alternados (SSW em português), Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Padrão de Frequência (TPF); Teste de Logoaudiometria Pediátrica (PSI) e Random Gap Detection Test (RGDT). Todos os resultados foram analisados por meio de análise estatística descritiva e inferencial. Resultados: Todos os participantes eram do sexo masculino, com média de idade de 10,48 anos, QI médio de 94,51 pontos e pontuação média da escala ATA de 31,48. A análise do desempenho das crianças e dos adolescentes com TEA-Nível I na avaliação comportamental do processamento auditivo demonstrou que a variável orelha não influenciou o desempenho nos testes de Fala com Ruído, PSI, TDD e SSW. A comparação entre o desempenho normal ou alterado das crianças e dos adolescentes na avaliação mostrou diferença significante para os testes Dicótico de Dígitos (Etapa de Integração e Separação Binaural) e de Padrão de Frequência-resposta de nomeação. A análise qualitativa da presença ou ausência da tendência de erro no teste Dicótico de Dissílabos Alternados-SSW mostrou diferença significativa para o efeito auditivo alto/baixo, efeito de ordem baixo/alto, efeito tipo A e inversões. De forma complementar, comparou-se o desempenho na avaliação do PAC e as variáveis QI e sensibilidade auditiva e essa análise demonstrou que a variável QI influenciou apenas a presença do efeito de ordem baixo/alto no SSW dos participantes com QI na faixa mais alta (101 a 114); com relação à sensibilidade auditiva se observou diferença significante apenas para o Teste de Padrão de Frequência - resposta de imitação. Conclusão: todas as crianças e adolescentes com TEA- Nível I deste estudo apresentaram desempenho alterado na avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central e as alterações observadas sugerem maior comprometimento na aquisição das funções auditivas centrais caracterizadas por déficits de integração das propriedades acústicas verbais e não verbais da fala e área associativa.