\"É o meu corpo que sustenta as minhas ideias\": Corpo, comida e saúde na voz da militância gorda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Luis Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-06112019-160145/
Resumo: A presente pesquisa investigou as os discursos sobre corpo, comida e saúde de mulheres que participam da chamada militância gorda. A referida militância é composta por pessoas autoafirmadas como gordas, que entendem que pessoas assim definidas sofrem uma forma de opressão social e com base nisso militam contra a estigmatização desses corpos e pelos direitos desses indivíduos em relação à sua autoafirmação. A pesquisa foi realizada com mulheres, da cidade de Salvador e de São Paulo, que declaravam fazer parte dessa militância. De caráter qualitativo, esse estudo se valeu da técnica de entrevistas semiestruturadas. Nas entrevistas as participantes dessa pesquisa foram instigadas a falar sobre a relação delas com a comida; o que pensavam sobre o discurso biomédico da obesidade; como se relacionavam com o próprio corpo. O pensamento biomédico, anatomofisiológico, considera a obesidade, antes de mais nada, uma anomalia. Portanto, intervenções de natureza tecnocientíficas são prescritas para esses corpos. Porém, apesar da biomedicina se ancorar em um discurso puramente biológico, há, inegavelmente, uma dimensão moral na busca da saúde. Nesse sentido, a obesidade, dentro do discurso biomédico, além de uma doença física, é também vista como uma doença moral. Buscou-se, portanto, investigar como os indivíduos dessa militância percebem-se a si mesmos e produzem sua relação com o próprio corpo e com sua alimentação, informados que também são por discursos biomédicos sobre o corpo gordo