Implicações do uso de adornos por profissionais de saúde na biossegurança da assistência ao paciente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fracarolli, Isabela Fernanda Larios
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-12052022-145910/
Resumo: Introdução: as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são consideradas um problema de saúde global, pois colocam em risco a segurança do paciente e a qualidade assistencial. Considera-se que a principal via de disseminação de microrganismos relacionados a IRAS ocorre pelas mãos dos trabalhadores de saúde, destacando-se a utilização de adornos por profissionais de saúde como um agravante no âmbito a disseminação de microrganismos. Estudos revelam que a utilização desses objetos, principalmente anéis e alianças, propiciam maior impacto na carga bacteriana nas mãos dos trabalhadores. A Norma Regulamentadora 32 (NR32) visa estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, dentre essas medidas está a proibição do uso de adornos por profissionais de saúde que prestam cuidados aos pacientes, principalmente profissionais que mantem contato com materiais biológicos. Objetivos: Analisar o uso de adornos por profissionais de saúde e as suas implicações na carga bacteriana das mãos e anéis após a realização de técnicas de higienização das mãos com uso de preparação alcoólica em gel a 70% ou com água e sabonete líquido. Método: Trata-se de um estudo, realizado em duas etapas. Na primeira realizou-se um estudo observacional e de prevalência por meio de inquérito realizado via mídia social para determinar se o uso de adornos por profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar relaciona-se as variáveis sociodemográficas e ocupacionais, e os motivos da não adesão a NR32 por esses profissionais. Na segunda etapa realizou-se um experimento microbiológico por meio de contaminação artificial das mãos e alianças com Lactobacilos casei e posteriormente o protocolo de higienização das mãos para verificar a carga bactéria encontrada nas mãos e anéis de profissionais e estudantes da área da saúde. Resultados: A utilização de adornos por profissionais de enfermagem é frequente, pincipalmente o uso de aliança, relógio e brincos. Embora a 85% dos participantes conheça as normativas da NR32 referentes a remoção de adornos para a realização das atividades laborais, 15% profissionais informaram desconhecimento total ou parcial dessa recomendação o que remete a necessidade de revisão das práticas formativas e do frequente oferecimento de capacitação em serviço/treinamento. Com relação os resultados do experimento sobre o uso de alianças por profissionais de saúde constataram-se que não houve diferença entre a contaminação bacteriana das mãos dos participantes com e sem aliança. Porém, verificou-se que entre os grupos que higienizaram as mãos com o uso de preparação alcoólica em gel a 70% ou com água e sabonete líquido houve redução na carga bacteriana das mãos quando comparados ao grupo controle, grupo que higienizou as mãos com água e sabonete líquido demonstrou uma redução ainda maior das Unidades Formadoras de Colônias (UFC) Conclusão: A utilização de adornos por profissionais da enfermagem ainda é fonte de preocupação para as instituições de saúde devido a frequência do uso desses objetos mesmo diante do desencorajamento de uso e das recomendações legais. Pode-se perceber que a falta de capacitação em serviço/treinamento e de cobrança para remoção dos adornos são fatores dificultadores nesse processo. No que diz respeito ao uso de aliança por profissionais de saúde durante o procedimento de higienização das mãos fica evidente as implicações do seu uso principalmente quando a higienização não é realizada por remoção mecânica da sujidade, como é o caso da higienização das mãos com preparação alcoólica em gel a 70%.