Avaliação da acurácia de diagnósticos de enfermagem determinados por usuários de sistema de apoio à decisão clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Diogo, Regina Célia dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-09122019-182953/
Resumo: Introdução: O julgamento clínico do enfermeiro deve ser expresso por meio de diagnósticos de enfermagem de alta acurácia para o alcance de melhores resultados dos pacientes. Os Sistemas de Apoio à Decisão Clínica (SADCs) são projetados para serem utilizados como ferramenta no processo de tomada de decisão clínica por possibilitar a organização e o processamento de dados e informações em tempo real. O Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem da Universidade de São Paulo (PROCEnfUSP®) é um SADC desenvolvido para apoiar decisões de enfermeiros e estudantes sobre julgamento clínico de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. Ainda não está claro na literatura se o uso de SADC apoia usuários na seleção de diagnósticos de alta/moderada categoria de acurácia, independentemente do nível educacional em enfermagem. Além disso, melhor compreensão sobre os fatores que interferem na seleção de diagnósticos de alta/moderada acurácia é necessária. Objetivo: Analisar a acurácia dos diagnósticos de enfermagem determinados por usuários de sistema de apoio à decisão clínica e identificar os fatores preditivos de acurácia diagnóstica. Método: Trata-se de estudo exploratório-descritivo, cujos dados foram coletados entre setembro a janeiro/2018. Os participantes foram enfermeiros, residentes e estudantes de enfermagem, usuários do PROCEnf-USP® no Hospital Universitário (HU-USP) e na Escola de Enfermagem da USP (EEUSP). Dados demográficos, acadêmicos e profissionais foram coletados. Dois estudos de casos fictícios forneceram aos participantes os dados clínicos que deveriam ser inseridos no SADC para realizar a avaliação inicial dos pacientes. Os participantes podiam selecionar diagnósticos dentre as hipóteses oferecidas pelo SADC ou indicar diagnósticos que não haviam sido sugeridos pelo sistema. Uma lista com os diagnósticos selecionados pelos participantes foi obtida do sistema. A acurácia das categorias de diagnósticos foi avaliada por um painel de especialistas com base na Escala de Acurácia Diagnóstica versão 2 (EADE-2). Os escores da EADE-2 variam de zero a 13,5, e as categorias de acurácia são alta, moderada, baixa e nula. Utilizou-se estatística descritiva para descrever as categorias de acurácia de acordo com os grupos de participantes. O modelo estatístico ANOVA foi utilizado para comparar as porcentagens médias das categorias de acurácia entre os usuários do sistema. Modelo de regressão linear foi utilizado para identificar os fatores preditivos da acurácia diagnóstica. O nível de significância foi de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da EEUSP e do HU-USP. Resultados: Foram incluídos no estudo 15 graduandos, 10 residentes e 22 enfermeiros. 414 diagnósticos foram selecionados pelos participantes; a categoria moderada de acurácia foi predominante (n= 210; 54,4%) seguida de alta acurácia (n= 164; 42,5%). Embora residentes e graduandos tenham selecionado predominantemente diagnósticos de alta acurácia (51,8 ± 19,1; 48,9 ± 27,4 respectivamente), e os enfermeiros tenham selecionado majoritariamente diagnósticos de moderada acurácia (54,7±14,7), não houve diferença estatisticamente significativa em relação às categorias de acurácia entre os usuários do sistema. De acordo com o modelo de regressão linear, cada diagnóstico indicado pelos participantes diminuiu a acurácia em 2,09% (p= 0,030), e ter pouca ou nenhuma experiência no uso do PROCEnf-USP® na prática clínica diminuiu a acurácia dos diagnósticos em 5,41% (p = 0,022). Contudo, o modelo apresentou pouco valor preditivo (R2=15%). Conclusão: Confirmou-se a legitimidade da hipótese do estudo, corroborando que o SADC apoia a tomada de decisão clínica, levando usuários com diferentes níveis de educação e experiência profissional em enfermagem a selecionar diagnósticos de alta e moderada acurácia. Embora tenham sido identificados que a experiência com o PROCEnf-USP® na prática e o número de diagnósticos indicados sejam fatores preditores para a seleção de diagnósticos acurados, deve-se considerar o pouco valor preditivo das variáveis escolhidas.