Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Renato de Sousa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-02012024-122127/
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Resumo: |
Este estudo busca compreender como a vida de bairro e do bairro se desenvolve na metrópole paulistana a partir do acesso ao trabalho e à moradia da população negra por meio da análise do bairro Morro Doce, localizado na região noroeste da cidade de São Paulo. No plano do vivido, os aspectos das necessidades de acesso à moradia pela classe trabalhadora é elemento fundamental e dimensiona a reprodução social. No âmbito das estratégias de reprodução social, o segmento negro da população dessa classe apresenta e carrega particularidades e singularidades. A construção social, histórica e teórica da categoria raça corroboraram para a produção e reprodução do espaço com dinâmicas de segregação racial e social. Dessa maneira, os processos que envolvem o acesso à moradia na metrópole carregam as dinâmicas racialistas e raciais da ocupação das áreas mais distantes das suas centralidades, como é o Morro Doce. O bairro é composto majoritariamente por pessoas negras e com rendas familiares per capita mensais menores que três salários-mínimos, e o sonho da casa própria demonstrou ser uma das estratégias de reprodução social das famílias, sendo elemento fundante para a produção do bairro a partir da metade do século XX, no qual o sentido é o uso para o morar. Na compreensão da vida cotidiana, da vida de bairro e do bairro Morro Doce, observa-se que a situação geográfica e o sítio urbano do bairro são fundamentais e essenciais para as formas dos usos do espaço e usos do tempo, dimensionando as práticas sociais que ocorrem no lugar, desde as formas de uso do terreno na construção da moradia com mão de obra familiar, amigos e vizinhos até os tipos de ônibus que circulam pelo bairro, que dinamizam a articulação com as escalas da cidade e da metrópole pelo cotidiano. Metodologicamente, a escala do bairro e o plano do vivido foram privilegiados pela pesquisa, no intuito de compreender o cotidiano e as relações desenvolvidas nos processos de formação e transformação do bairro, sendo poucos os estudos encontrados sobre o Morro Doce. Nesse sentido, a entrevistas com moradoras e moradores foram realizadas em grupos focais, em que se buscou, nas trajetórias de vida e histórias de vida, compreender as relações entre o acesso ao trabalho e o acesso à moradia na dinâmica metropolitana e no segmento negro da população morrodocense. Demonstrou-se que o acesso à moradia no Morro Doce se deu em períodos distintos, mas que, no período entre 1985-2000, o bairro foi um dos que teve crescimento populacional, sendo, a partir desse fato, a organização política e social de moradoras e moradores para reivindicar melhorias no bairro, principalmente de transporte público, devido à situação geográfica e ao sítio urbano, e ainda educacional, saúde e infraestrutura urbana, sobretudo por meio das Comunidades Eclesiais de Base. Mais recentemente, percebem-se novas formas de organização política no bairro com os coletivos culturais, nos quais questões contemporâneas a partir da identidade negra são mais evidenciadas nas maneiras de atuação política e social no bairro. |