Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Rafael Alberto Alves dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-27022024-161423/
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Resumo: |
A tese propõe uma articulação entre os aparatos metodológicos da semiótica tensiva (ZILBERBERG, 2011) e os da sociossemiótica (LANDOWSKI, 2014), muitas vezes percebidas como antagônicas nas práticas da pesquisa acadêmica, para compreender a presença do Papa Francisco no mundo. Partimos da noção de presença, semioticamente pensada, projetada como um efeito de identidade construído ao longo dos textos em que o Papa é o enunciador que, segundo nossa hipótese, define-se como sujeito \"contagiante\", logo como uma presença \"contagiosa\" (LANDOWSKI, 2005). O efeito de identidade será apreensível por meio da observação tanto do corpo \"literal\" do primeiro pontífice latino-americano, quanto do corpo como imagem de quem diz, dada por um modo recorrente de dizer, e que emerge dos discursos que ele produz. Para tanto, recortamos um corpus com variedade de gêneros, cotejando discursos oficiais, falas espontâneas e postagens do perfil do Papa nas redes sociais. Vislumbramos o corpo de Francisco como ethos (DISCINI, 2015) que se depreende a partir da articulação dos elementos de todos os níveos do percurso gerativo do sentido (GREIMAS e COURTES, 2016). Tanto semiótica tensiva quanto sociossemiótica nascem a partir do desafio de integrar o sensível no interior dessa semiótica de perspectiva greimasiana. Com a convocação do sensível, abre-se espaço para o contínuo, que aparece tanto nos deslizes ou movimentos do sentido projetados na elipse dos regimes de interação e risco da sociossemiótica, quanto na oscilação entre a intensidade do sentir e a extensidade das coisas do mundo impressas no gráfico tensivo. Partimos de um ponto de vista essencialmente sociossemiótico a fim de propor a integração entre as noções de cifras tensivas (ZILBERBERG, 2011) e elipse das interações (LANDOWSKI, 2014). Apesar de prever a gradação entre os quatro regimes de interação (programação, acidente, manipulação e ajustamento) desde que foi proposta, substituindo por linhas curvas os ângulos retos do quadrado semiótico, a elipse ainda desafia a dinâmica da vida, inapreensível em categorias estanques. A descrição das passagens entre os regimes de interação segue sendo um desafio metodológico, ainda que pesquisas recentes tenham proposto algumas soluções parciais. Partindo dessa lacuna, propomos usar as \"sílabas tensivas\" (mais e menos) e as categorias aspectuais (minimização, atenuação, restabelecimento e recrudescimento) para descrever o intervalo entre os regimes de interação, compreendendo que cada regime é o ponto de concentração do princípio que o regula. Isso quer dizer que, como já está pressuposto na sociossemiótica, entre o regime da programação e o do acidente há um acréscimo do risco envolvido - enquanto aquele tem um risco quase zero, este está aberto ao risco total. Sendo assim, a tese propõe que as direções tensivas (TATIT, 2019) sejam usadas como medidas de impacto para descrever os movimentos na elipse. |