Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pimenta, Diêgo Albernaz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-17122019-160147/
|
Resumo: |
Introdução: Existem inconsistências ao estudar os achados eletrocardiográficos relacionados à predição de eventos cardíacos. No cenário da fibrilação atrial (FA), a maior duração da onda P, bem como a sua dispersão e variabilidade, estão associados ao maior risco para esta arritmia. Retardos da condução do impulso elétrico atrial favorecem mecanismos reentrantes atriais traduzidos por ondas P de longa duração visualizadas em diferentes derivações eletrocardiográficas. Além das características desta onda, várias publicações associam o bloqueio atrioventricular de primeiro grau com maior risco de FA; porém, sem esclarecimento do seu mecanismo envolvido, e ainda com informações contraditórias. Alguns autores ainda discutem o real valor do aumento do intervalo PR como fator de risco para a FA. Suspeitamos, então, que o percentual da ocupação da onda P dentro desse intervalo poderia ser um fator identificador para o surgimento dessa arritmia. Em estudo recente, foi demonstrado que, quando esse percentual superava 70%, associava-se a uma maior taxa de mortalidade, independente da duração do intervalo PR. Contudo, a causa responsável por este aumento não foi esclarecida. Nos últmos anos, observamos que pacientes com FA paroxística ao Holter de 24 horas apresentavam encurtamento do segmento PR, ou seja, com o final da onda P muito próximo ao início do QRS. Esse fato despertou nosso interesse em avaliar se o percentual da onda P ocupado dentro do intervalo PR poderia ser uma variável útil para predição de risco para a FA. A confirmação desse achado nos daria suporte para o entendimento da maior mortalidade observada no estudo citado anteriormente. Objetivo: O objetivo desse estudo é avaliar se a relação entre a duração da onda P e o intervalo PR (índice P/PRi) seria um preditor de risco para a FA documentada em pacientes submetidos ao Holter de 24 horas. De modo conjunto, avaliar outras variáveis clínicas, eletrocardiográficas e ecocardiográficas, descritas na literatura como preditores de risco para FA. Métodos: Foram incluídos neste estudo 223 pacientes submetidos ao Holter de 24 horas, dos quais 110 apresentavam FA paroxística. De modo padronizado, foram realizadas as aferições das durações da onda P e intervalo PR no canal 2 dos traçados do Holter. As ondas P e o intervalo PR desse canal apresentam cartacterísticas similares à derivação D2 do eletrocardiograma. Com esses dados, foi calculado o índice P/PRi em ambos os grupos. Variáveis clínicas, eletrocardiográficas e ecocardiográficas foram obtidas a partir da análise dos prontuários, e, conjuntamente a este índice, foram utilizadas para caracterizar pacientes com maior risco de apresentar FA. O índice P/PRi variou entre 0,57 e 0,92 (média 0,71), e entre 0,43 e 0,78 (média 0,62) nos grupos FA e controle, respectivamente. Ao se estabelecer um valor de corte do índice P/PRi de 0,69, a sensibilidade e especificidade foi de 52% e 85%, respectivamente. O índice P/PRi pela análise multivariada mostrou-se um bom preditor independente para a FA, com um poder discriminativo de 81%. Quando associado a outras variáveis estudadas (idade, sexo, volume atrial e ectopias supraventriculares por hora), aumentou seu poder discriminativo para 91%. Conclusões: O índice P/PRi apresenta-se como um importante preditor independente para a FA. O poder discriminativo dessa variável aumenta quando associado às variáveis como sexo, idade, volume atrial e densidade de ectopias supraventriculares. |