Avaliação ecocardiográfica da função atrial em pacientes portadores de miocardiopatia hipertrófica com e sem fibrilação atrial paroxística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Teixeira, Kamilla Leite Morbeck
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-07022022-161443/
Resumo: Introdução: A miocardiopatia hipertrófica (MCH) é considerada a doença cardiovascular genética mais comum e possui uma prevalência de seu fenótipo na população geral de aproximadamente 0,2%. Em sua fisiopatologia, a hipertrofia ventricular promove modificações estruturais e funcionais, como focos de fibrose e isquemia microvascular, disfunção diastólica e aumento atrial, que predispõe ao desenvolvimento de fibrilação atrial (FA). Esta arritmia, atinge a prevalência de cerca de 20-25% nesta população de pacientes e está associada a consequências adversas graves, incluindo fenômenos embólicos sistêmicos (principalmente o acidente vascular encefálico) e sintomas progressivos de insuficiência cardíaca, impactando de forma negativa na morbimortalidade e na qualidade de vida. Em geral, manifesta-se de forma oligossintomática, vindo à tona apenas em situações de complicações. Dessa forma, atualmente os estudos buscam encontrar preditores clínicos, eletrocardiográficos ou ecocardiográficos para o desenvolvimento de fibrilação atrial, nos portadores de MCH, para possibilitar sua detecção precoce e a rápida intervenção terapêutica. Método: Analisamos a função atrial esquerda utilizando o ecocardiograma tridimensional e a técnica de speckle tracking em 53 pacientes com MCH, sendo 25 portadores FA paroxística (idade média de 61,7 ± 9,9 anos; 56% sexo feminino) comparados com 28 integrantes do grupo controle (idade média de 60,5 ± 10 anos; 53,6% do sexo feminino) que foram pareados especialmente por sexo, idade e outros dados demográficos, tais como presença de hipertensão arterial, índice de massa corporal e forma de acometimento ventricular. Resultados: Observou-se que pacientes portadores de MCH e histórico de FA paroxística apresentaram frações de esvaziamento atrial menores que indivíduos do grupo controle (sendo o componente ativo com p = 0,037 e total com p = 0,013). Os volumes atriais foram maiores no grupo FA paroxística, sendo que não houve diferença nos diâmetros do átrio esquerdo (AE). Houve redução importante do strain do AE em todos seus componentes na amostra total de pacientes, sem diferença entre os grupos. Por fim, na análise multivariada, a fração de esvaziamento atrial ativa foi um fator independentemente associado à presença de FA paroxística (p=0,018; odds ratio=0,93). Conclusões: As medidas das frações de esvaziamento atrial pela ecocardiografia tridimensional, particularmente da fração de esvaziamento atrial total e ativa, permitiu diferenciar os pacientes com MCH com e sem FA paroxística. Essas medidas podem ser um fator preditor de eventos cardiovasculares e de mortalidade, mas principalmente, podem ser preditores de FA permanente.