O direito de narrar e o poder de se fazer ouvir: a narrativa como fundamento da humanização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nery, Meire Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-07112017-155214/
Resumo: Sendo a democracia uma forma de lidar com os desacordos entre cidadãos que partilham de uma só sociedade, mas não de uma só cultura ou de um só sentido do que deve ser feito em matérias que mutuamente os afetam, a proliferação e a complexificação das sociedades em termos da diversidade que as habitam, coloca de forma particularmente aguda saber que a democracia pode respeitar as diferenças, não as marginalizando e, pelo contrário, tornando-se mais inclusiva. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é investigar como a comunicação democrática nas organizações, caracterizada pela produção e escuta de narrativas dos funcionários, pode contribuir para a integração das diferenças identitárias, para a autorrealização e a autoestima dos trabalhadores, e transformá-los em cidadãos mais atuantes na sociedade, na esfera pública, ao mesmo tempo em que conduz as organizações ao alcance da estratégia pretendida. O estudo se inicia com uma discussão teórica acerca das narrativas sobre o conceito de humanização e o seu oposto, a desumanização, até a abordagem da humanização nas organizações como construção narrativa, adotando para efeito de análise a questão de gêneros, assumindo a marca plural como uma amplitude do conceito a fim de abranger homens, mulheres, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Foram entrevistados 15 voluntários de organizações de grande porte, nacionais, multinacionais e transnacionais, em diferentes níveis hierárquicos, dispostos a auxiliar na compreensão de como os modelos de comunicação adotados pelas organizações estão ou não contribuindo para que os indivíduos se desenvolvam até o ponto de se transformarem em pessoas que podem afirmar a própria identidade independentemente dos papéis concretos e de sistemas particulares de normas, transformando-se de fato em autores de suas histórias de vida, constituindo-se como cidadãos capazes de assumirem-se protagonistas do processo histórico organizacional e social, isto é, quando a emancipação adquire o significado de humanização.