Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Sarah Ingrid Pinto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-18092024-163623/
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Resumo: |
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central caracterizada pela destruição autoimune da bainha de mielina que conduz o paciente ao déficit funcional irreversível e progressivo. Estudos pré-clínicos com o uso de células-tronco neurais (CTNs) já evidenciaram o seu potencial na regeneração neural e na remielinização. Entretanto, apenas o emprego da terapia celular ainda não foi suficiente para alcançar níveis terapêuticos satisfatórios. Considerando essas limitações, surge a necessidade de associar a terapia celular com outros protocolos coadjuvantes. Nesse contexto, as vesículas extracelulares (VEs) podem contribuir com a comunicação intercelular, estimulando a produção de proteínas e lipídios da remielinização e oferecendo suporte trófico aos axônios. À vista disso, esse trabalho teve o objetivo de avaliar a eficácia terapêutica da associação entre CTNs e VEs derivadas de células precursoras de oligodendrócitos (CPOs) em modelo animal da esclerose múltipla. Para isso, o projeto foi desenvolvido em três fases experimentais. Na fase 1 as CTNs foram isoladas e cultivadas da zona subventricular, caracterizadas e diferenciadas em CPOs. A análise da expressão gênica e imunocitoquímica confirmaram a identidade destas células antes e após a diferenciação. Na fase 2 foram isolados os exossomos por ultracentrifugação que foram caracterizados por detecção de proteína exossomal por Western Blotting, microscopia eletrônica de transmissão e análise de rastreamento de nanopartículas. As CTNs foram suplementadas com as VE-CPOs e não ocorreram diferenças a nível transcricional. Entretanto houve um aumento de células GFAP+. A fase 3 consistiu na terapia experimental de camundongos C57BL/6 induzidos para encefalomielite autoimune experimental (EAE) que foram distribuídos em grupos conforme o protocolo instituído. Os grupos foram dividos em: controle, tratados com CTNs, tratados com VE-CPOs e tratados com a combinação de ambas. Os tratamentos foram avaliados clinicamente através de escores e peso diário, microscopicamente por imunohistoquímica, a imunomodulação por citometria de fluxo e rastreio de células e exossomos corados. Os animais apresentaram melhora clínica e ganho de peso significativos com os tratamentos. Porém, apenas nos tratamentos que receberam VEs houve modulação da resposta imune alterando o perfil de linfócitos Th1 para linfócitos Th2, o que gerou uma resposta anti-inflamatória. As células foram encontradas principalmente no baço, enquanto os exossomos foram identificados principalmente nos linfonodos. A avaliação microscópia da medula espinhal 15 dias após o tratamento dos animais revelou uma atenuação da microgliose reativa e astrocitose nos grupos tratados com VEs. Não houve redução na desmielinização e pouca diferença foi observada quanto ao dano axonal avaliado pela sinaptofisina. Os resultados apontam para um potencial uso terapêutico das VE-CPOs na atenuação da inflamação e recuperação da EAE. |