Comportamento de vacas da raça holandesa em um confinamento do tipo “free stall”, no Brasil central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Camargo, Artur Chinelato de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-123743/
Resumo: Vacas holandesas no início do período de lactação, confinadas em um sistema de baias de repouso do tipo "free stall", em uma fazenda mantida em Brasília (DF), pela EMBRAPA, foram observadas por 72 horas nos meses de janeiro, fevereiro, julho, setembro e dezembro de 1986. A coleta de dados foi feita de duas formas, a cada quinze minutos. para estudar o comportamento alimentar, ruminação e outras atividades, e continuamente, para caracterização de procura do cocho de sal comum, bebedouros, micção e defecação. Não foram feitas observações quando as vacas eram levadas às ordenhas (2 horas por dia). Os animais foram alimentados duas vezes ao dia, com uma ração completa composta basicamente, por silagem de milho, milho moído, farelo de soja e mistura mineral completa. A média de produção do lote estudado, foi de 31,11 Kg de leite por dia, obtida de vacas pesando em média 628,5 Kg de peso vivo. As maiores produções foram observadas em vacas com 45 a 90 dias de lactação, entre 5 a 7 anos de idade e na terceira lactação. O consumo estimado de matéria sêca foi de 3,45% do peso vivo. O período de serviço médio do rebanho experimental foi de 117 dias, sendo que 90,6% das vacas mostraram sinais visíveis de cio dentro de 90 dias após o parto. O número de serviços por prenhês foi de 2,10 e a taxa de concepção média ao primeiro serviço de 38,03%. O número de vacas apresentando problemas nos cascos, mastite, acidose, febre do leite e outros problemas de saúde, foi muito pequeno durante o período experimental. Observou-se que 21,78% do tempo foi dispendido no cocho de alimentação (4 horas e 47 minutos) e que ocorreram dois períodos de consumo de alimento, um logo após a ordenha da manhã e o outro após a ordenha da tarde. O número de vacas que procuraram o cocho de sal foi muito pequeno, atingindo o máximo de 3,96% do total em uma das coletas de dados. As vacas dispenderam 31,03% do tempo ruminando (6 horas e 50 minutos), preferindo desempenhar estas atividades, deitando nos “stalls” durante o período da noite. O hábito de deitar para ruminar ou repousar foi também afetado pela época do ano, mas de forma menos nítida. Outras atividades além da alimentação e ruminação, tomaram 47,19% do tempo (10 horas e 23 minutos), consistindo basicamente em beber água, andar e atitudes de repouso. O número de vacas que procuraram o bebedouro foi maior em janeiro, quando a temperatura e a umidade relativa do ar foram maiores. Foi observado que 47,49% dos animais usaram um dos três bebedouros disponíveis no estábulo, como consequência do fato das vacas preferirem caminhar em linha reta depois de deixarem o cocho de alimento, mesmo quando elas estavam próximas de outra fonte de água. As vacas urinaram mais intensivamente em janeiro, não havendo um padrão definido para a defecação nas diferentes épocas do ano. Foi verificado que 89,70 a 97,88% da urina e 88,52 a 95,50% das fezes produzidas caíram nos corredores. Somente três vacas deitaram nos corredores durante um dos períodos experimentais. O número de baias por vaca (de 1,17 a 1,57) foi considerado excessivo e a dimensão correta. Como resultado, as vacas se apresentavam limpas na sala de ordenha. Concluiu-se que o manejo afetou mais decisivamente o comportamento alimentar que a época do ano. O horário de distribuição do feno alterou o hábito dos animais, mas não afetou o consumo da dieta. Não·foi observado nenhum sintoma de “stress” térmico, já que as temperaturas noturnas eram amenas e a umidade relativamente baixa. O fornecimento de dietas de alta densidade energética, permitiram consumos de matéria sêca e produção de leite elevados. O curto período de tempo destinado à alimentação e a preferência para a procura de alimentos nas horas frescas do dia, mostraram que as vacas podem apresentar uma boa performance, mesmo nos meses de verão. Os dados coletados sobre comportamento, produção, reprodução e saúde, indicaram que é possível estabelecer sistemas de vacas de alta produção, em fazendas bem planejadas e manejadas tecnicamente.