Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Martins, Raonna Caroline Ronchi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12082021-175646/
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Resumo: |
A presente pesquisa objetiva elaborar e fundamentar minhas experiências no trabalho realizado nas ruas de São Paulo, em instituições, coletivos e projetos vinculados ao Sistema Único da Assistência Social (SUAS), ao Sistema Único de Saúde (SUS), aos Direitos Humanos e à Redução de Danos. Assinalando o caráter contraditório presente na formulação e execução de políticas públicas, recorto meu interesse: a prática é escutar \"populações vulnerabilizadas\". Quantos são os casos, as histórias que não cabem em lugar algum? Essas questões são recortes nas interlocuções no campo, nas redes que dão notícias de histórias que passam anos em limbos e em bizarrices burocráticas, preenchidas por aparatos jurídicos que justificam encaminhamentos, procedimentos, fazendo volume e espremendo espaços, produzindo vazios de histórias, histórias que permanecem as mesmas, sem escutas, sem consequências, sem rostos, afetos e memória, por fim, invisibilizadas. Como a psicanálise pode contribuir para o trabalho nas ruas? Como a militância se articula com a psicanálise? Quais são as consequências que essas misturas produzem nos territórios, na cidade, para quem escuta e para quem é escutado? Quem escuta? Quem escuta, escuta o quê? Quem escuta, escuta como? Com essas perguntas pretendo refletir sobre a escuta da alteridade nesses múltiplos fronts. O que e como escutar inserido em um caos que a máquina pública é capaz de produzir, fragmentando os sujeitos em \"pastas\"? O percurso começa na escolha metodológica, expressa no primeiro capítulo, ao enfocar a relação da psicanálise com outros campos de saber, a fim de possibilitar incluir diferentes perspectivas. Assim, partimos do pressuposto que analisar os passeios, o caminhar pela cidade, o habitar as ruas da cidade, as experiências com a arte em sua função social, ao mesmo tempo em que recorremos a dispositivos clínicos, amplia a capacidade de compreensão do sofrimento psíquico dos sujeitos. O segundo capítulo circunscreve minuciosamente o nascimento do Projeto Oficinas. O terceiro capítulo se debruça nas incursões teóricas das experiências vividas na cidade e, concomitantemente, vai narrar as experiências coletivas de criação e seus respectivos desdobramentos teóricos que ajudam a compreender e elaborar. O quarto capítulo conta sobre os casos. Casos que me transformaram e transformam minha prática clínica. O recurso teórico está presente, no entanto, mais importante do que as teorias formuladas, são histórias extraordinárias, ou, no mínimo, extraordinárias para mim na descoberta da minha prática clínica que não cessa de se inscrever. O quinto capítulo versa sobre importantes aspectos que contribuíram para nossa nomeação. Uma nomeação que veio dos outros, uma nomeação de quem acompanhamos e, justamente pelo nome dado, trará para essa pesquisa um pouco sobre a nossa ressonância para com aqueles que nos propomos a atender. O sexto capítulo é um percurso fotográfico. Por se tratar de uma tese que reúne um bocado de gente, espero que essas pegadas ajudem o(a) leitor(a) a ver os rostos que vemos cotidianamente, sob outras perspectivas. Tal qual me ponho em (re)invenção como analista todos os dias |