Avaliação de poluentes orgânicos persistentes em tecido hepático de Chelonia mydas encalhadas no litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo e sua correlação com isótopos estáveis de C e N

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Jarcovis, Raphael de Lucca Marcello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21137/tde-25032022-095018/
Resumo: Dentre os vários poluentes que podem ser liberados no ambiente, encontram-se os poluentes orgânicos persistentes (POPs), como os pesticidas organoclorados (POCs), os bifenilos policlorados (PCBs) e os éteres difenílicos polibromados (PBDEs). Estes compostos são conhecidos por possuírem elevada lipossolubilidade, o que favorece seu acúmulo nos tecidos de diversos organismos; alta capacidade de biomagnificação, aumentando suas concentrações ao longo da cadeia alimentar; e capacidade de serem transportados a longas distâncias. As tartarugas marinhas são um dos animais que podem ser expostos a esses poluentes. A tartaruga-verde (Chelonia mydas) possui distribuição circunglobal, ocorrendo em águas tropicais e subtropicais, sendo a espécie mais costeira entre as tartarugas marinhas. É uma espécie classificada como vulnerável à extinção. O presente estudo avaliou a ocorrência de poluentes orgânicos persistentes (POPs) em 49 amostras de tecido hepático de juvenis de Chelonia mydas coletadas no litoral do Rio de Janeiro (RJ) e Espírito Santo (ES), correlacionando com a razão de isótopos estáveis de carbono (13C) e nitrogênio (15N), e fatores ecológicos. Nas duas regiões, os principais POPs encontrados foram o -HCH e os PCBs. As concentrações, em ng g-1 de massa úmida, variaram entre <0,4 e 6,54 (RJ) e <0,4 e 7,68 (ES) para o -HCH e entre 2,15 e 102, 75 (RJ) e 2,58 e 83, 52 (ES) para os PCBs totais. Não foram observadas diferenças significativas entre as duas regiões, o que pode significar que a principal forma de poluição ocorre pelo transporte a longa distância desses poluentes via atmosfera e posterior precipitação. No geral, as concentrações encontradas foram baixas, o que pode ser devido à dieta mais herbívora de juvenis de Chelonia mydas. Não foram observadas correlações significativas entre as concentrações de poluentes e as razões isotópicas com o tamanho e o peso das tartarugas, o que pode estar relacionado ao fato dos indivíduos estudados serem juvenis e ocuparem posições tróficas semelhantes apesar das variações individuais encontradas. Apesar das baixas concentrações, a presença de POPs, principalmente PCBs, no fígado das tartarugas marinhas indicam sua exposição a esses compostos. Mais estudos são necessários para entender a exposição a que esses animais estão sujeitos e os possíveis efeitos ao longo do tempo.