Autorregulação afetiva no enfrentamento e na busca pela cura em crianças com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fabiano, Ana Verginia Mangussi da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-04042024-190132/
Resumo: A proposta deste estudo é analisar se há relação entre a autorregulação afetiva da criança com câncer e as estratégias de enfrentamento da hospitalização na busca pela cura. Para atingir o objetivo proposto, a pesquisa foi dividida em três estudos: Estudo 1, Estudo 2 e Estudo 3. O Estudo 1 foi uma revisão sistemática da literatura, com o objetivo de identificar as principais estratégias de enfrentamento e compreender sua efetividade na criança hospitalizada com câncer, visando adicionalmente, verificar se há diferença entre tais estratégias em crianças com leucemia. A revisão resultou na seleção de 7 artigos que foram classificados em duas modalidades: estratégias de enfrentamento relatadas ou demonstradas pela própria criança e estratégias de enfrentamento identificadas ou observadas pelos pais das crianças oncológicas em hospitalização. Através do estudo, foi possível compreender que as crianças oncológicas utilizam diferentes estratégias de enfrentamento durante a hospitalização e a busca pela cura do câncer e que tais estratégias são eficazes para minimizar o sofrimento proveniente do adoecimento e da complexidade dos tratamentos propostos. Para o Estudo 2 e Estudo 3, a amostra foi composta por 15 crianças (Midade = 9,27; DP = 2,5), sendo 60% do sexo masculino, assistidas por uma Entidade de Atendimento às crianças e adolescentes portadores de câncer, do interior do Estado de São Paulo. O Estudo 2, de abordagem quantitativa, verificou se há relação entre o funcionamento executivo de crianças com câncer e as estratégias de enfrentamento da hospitalização na busca pela cura. Os seguintes instrumentos foram aplicados: Questionário Sociodemográfico Digitalizado, Dados Clínicos Digitalizados, Escala de Inteligência Wechsler Abreviada WASI, Bateria Neuropsicológica Tartaruga da Ilha (TI-BAFEC) e Escala de Coping da Hospitalização (COPE-HD). Os resultados indicaram que as crianças com câncer e em quimioterapia apresentaram Quociente de Inteligência (QI estimado) e Funções Executivas (FE) preservados e classificaram-se como adaptativas ao processo de coping. Verificamos também as relações com a idade e o sexo da criança e a variabilidade de questões que devem ser levadas em consideração ao se analisar os resultados. Este estudo contribuiu com a literatura na área de hospitalização infantil e desenvolvimento humano e fornece subsídios que possam sustentar práticas de cuidado que contemplem as necessidades singulares da criança no enfrentamento dos estressores associados ao câncer e ao tratamento proposto. O Estudo 3, de abordagem qualitativa, objetivou descrever a afetividade, caracterizada pela força de vontade e pela espiritualidade, como estratégia de enfrentamento da hospitalização de crianças com câncer. Os instrumentos utilizados foram o Questionário Sociodemográfico, Questionário de Dados Clínicos e foi utilizado o vídeo Vencer o câncer é mais fácil quando se está cercado de amor para avaliação da afetividade. Para tal, logo após o vídeo foram realizadas algumas questões norteadoras, baseadas no Método Clínico Piagetiano a fim de compreender como ocorrem as dimensões afetivas. Os dados foram analisados através de um compilado de técnicas de análise das comunicações para coletar as informações contidas nas mensagens, ou seja, se constrói categorias provenientes das falas que são fragmentadas por meio dos critérios de: homogeneidade, exaustividade, adequação ou pertinência. Os resultados indicaram que as crianças utilizaram a autorregulação afetiva, caracterizada pela força de vontade e pela espiritualidade como estratégia de enfrentamento do câncer e consequentemente, da hospitalização na busca pela cura. Contribui com profissionais que atuam em oncologia infantil ao favorecer a compreensão da necessidade de cuidar da criança em sua integralidade, ampliando a intervenção técnica aos aspectos afetivos do adoecer.