Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Monfrini, André Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-15082023-113500/
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Resumo: |
Este trabalho tem por objeto três filmes do documentarista paraibano Vladimir Carvalho. São eles: os curtas Brasília Segundo Feldman (1979) e Perseghini (1984), e o longa-metragem Conterrâneos Velhos de Guerra (1990/1991). Propomos que estes três filmes compõem a fase brasiliense da cinematografia do cineasta. Tomados em conjunto, os filmes apontam para um projeto de história e de memória de Brasília que buscou tensionar as narrativas hegemônicas e construir uma perspectiva popular, ligada à classe trabalhadora, de compreensão da nova capital. Antes, a pesquisa investiga algumas das figurações de Brasília anteriores ao cinema de Carvalho, especialmente os cinejornais realizados durante a construção da cidade e os documentários feitos por cineastas ligados ao Cinema Novo nos anos 1960. Os filmes do documentarista paraibano são analisados a partir dos seguintes eixos: o uso que fazem de material de arquivo (propomos o conceito de sistema de imagens para pensar sua obra); as articulações entre entrevista e narração, em cotejamento com dinâmicas historiográficas do documentário brasileiro; e o retrato que o cineasta faz da cidade de Brasília no contexto do projeto da arquitetura moderna brasileira. Defendemos que Carvalho confronta tanto a memória modernista hegemônica quanto a memória de viés oficial que retratou Brasília ao evidenciar traumas e violências constitutivos da história da cidade e da experiência operária neste contexto. Nesse sentido, Vladimir foi um historiador de Brasília atuando através da linguagem cinematográfica. Ao longo dos anos 1970 e 1980, estabeleceu diálogos com processo de revisão crítica do modernismo brasileiro. Por fim, a pesquisa investiga como Conterrâneos velhos de guerra pode ser lido à luz do processo de redemocratização do país e de fundação da Nova República. Nesse momento, as memórias sociais sobre o ex-presidente Juscelino Kubitschek e sobre Brasília se reorganizaram, um processo com o qual Conterrâneos dialoga. |