Impacto da rota de respiração na eficácia do tratamento da apneia obstrutiva do sono com pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) e máscara oronasal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Xavier, Jeane Lima de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-02082024-141152/
Resumo: Introdução: O tratamento padrão ouro da apneia obstrutiva do sono (AOS) é a aplicação de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) com máscara nasal. A pressão transmitida pelo nariz funciona como uma tala pneumática que mantém a faringe aberta. Na prática clínica muitos pacientes com AOS respiram pela boca e optam pela máscara oronasal. No entanto, a pressão transmitida pela cavidade oral viola o princípio de funcionamento do CPAP para o tratamento da AOS. A pressão positiva oral diminui o gradiente pressórico dentro da faringe. O CPAP oronasal está associado pior desempenho, com níveis mais elevados de pressão, maior vazamento e menor adesão. Formulamos a hipótese de que pacientes bem adaptados à máscara oronasal terão pior desempenho quando forçados a utilizar exclusivamente a via oral. Como a via aérea é mais estável na posição lateral, formulamos a hipótese secundária de que o desempenho da máscara oronasal será melhor na posição lateral do que na posição supina. Métodos: Vinte pacientes com AOS bem adaptados ao CPAP oronasal foram submetidos a 2 polissonografias (PSG) completas com titulação de CPAP em ordem randomizada. Os pacientes utilizaram uma máscara oronasal com 2 compartimentos selados independentes conectados a dois pneumotacógrafos. As PSG foram realizadas com os compartimentos nasal e oral abertos (rota oronasal) ou apenas o compartimento oral aberto (rota oral) em posição supina (180 minutos) e posição lateral (180 minutos), a ordem das posições foi randomizada. Ao final dos dois estudos, foi oferecida máscara nasal aos pacientes e após 3 meses os pacientes foram convidados a realizar uma terceira PSG com CPAP nasal na posição supina e lateral. Resultados: Foram estudados 20 pacientes (75% homens; idade: 66 ± 10 anos; índice de massa corporal: 34,4 ± 7,3 kg/m2; índice basal de apneia e hipopneia: 52 ± 21 eventos/h) adaptados ao CPAP oronasal. A maioria dos pacientes (75%) eram respiradores oronasais durante o sono em uso de CPAP. O CPAP oral resultou em pior desempenho comparado ao CPAP oronasal, evidenciado por um índice de apneia e hipopneia (IAH) residual mais elevado (2 (1 - 6,0) versus 12,5 (1,8 - 28,3); respectivamente, p = 0,003), apesar de um nível de CPAP significativamente mais alto (10 (9 - 10) versus 11 (10 - 12) cmH20; respectivamente, p = 0,003). O CPAP oronasal e oral tiveram desempenho significativamente melhor na posição lateral do que na posição supina. A maioria dos pacientes (75%) concordou em trocar para a máscara nasal resultando em níveis mais baixos de CPAP (6 (6 7.3)) cmH2O com controle adequado da AOS (IAH: 4.3 (2.2 11.1)) eventos/h. No final do estudo todos os pacientes que trocaram de máscara, optaram por manter a máscara nasal. Conclusão: O desempenho do CPAP em pacientes com AOS adaptados a máscara oronasal piora quando são obrigados a respirar exclusivamente pela boca. O desempenho do CPAP oronasal é significativamente melhor na posição lateral do que na posição supina. A maioria dos pacientes bem adaptados ao CPAP oronasal são capazes de se adaptar e preferem a máscara nasal, que resulta em melhor desempenho do CPAP