Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Conceição, Aline de Souza Gonçalves Gomes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-13062023-152655/
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Resumo: |
A maior morbi-mortalidade no final da vida na Síndrome de Down (SD) se associa ao envelhecimento prematuro. Por essa razão, ela é considerada uma síndrome progeróide. Observam-se características fenotípicas, histológicas e funcionais que permitem inferir este processo, ao lado do aumento da incidência de doenças relacionadas à idade. Além disso, o envelhecimento na SD se associa a um elevado risco de demência, com características neuropatológicas compatíveis com a doença de Alzheimer (DA). Alterações da mobilidade funcional são esperadas ao longo do processo de envelhecimento em geral, com prejuízos na execução motora e na marcha. Estudos prévios mostraram associações entre distúrbios da mobilidade funcional e o desenvolvimento de demência em idosos com cariótipo normal. Entre os instrumentos utilizados para avaliar as condições vestibulares e da marcha, o POMA (Tinetti PerformanceOriented Mobility Assessment), proposto em 1986 pela geriatra Mary Tinetti, tem sido largamente utilizado para avaliar a marcha e estimar risco de quedas em idosos, destacando-se por sua validade e confiabilidade. Estudos sobre distúrbios funcionais da mobilidade em indivíduos com síndrome de Down que envelhecem precocemente são escassos e ainda não está claro se há associações de distúrbios da marcha e demência nessa população. OBJETIVO: Os objetivos deste estudo são investigar a associação entre fatores de risco para quedas e a ocorrência de demência (clinicamente manifesta ou prodrômica) em pessoas adultas e idosas com SD por meio do Tinetti PerformanceOriented Mobility Assessment (POMA), além de estimar o risco de quedas em adultos e idosos com SD, bem como sua associação com o diagnóstico de demência. MÉTODOS: estudo em corte transversal em uma casuística de 66 indivíduos adultos e idosos com SD (20 anos), atendidos no Ambulatório de Envelhecimento e Síndrome de Down do IPq-HCFMUSP. Os participantes foram alocados em três grupos diagnósticos, definidos segundo avaliação de desempenho cognitivo global por meio do Exame Cognitivo de Cambridge Adaptado para Indivíduos com síndrome de Down e outros com Deficiência Intelectual (CAMDEX-DS) e consenso multidisciplinar: (i) sem evidência de declínio cognitivo (cognição estável; grupo controle); (ii) comprometimento cognitivo leve (demência prodrômica); e (iii) demência clinicamente manifesta (grupo demência). Os participantes foram submetidos à avaliação multidisciplinar segundo protocolo clínico do grupo. A capacidade cognitiva e funcional dos participantes foi estabelecida por meio da entrevista CAMDEX-DS, da qual se extrai o escore cognitivo da subescala CAMCOG-DS. Marcha e equilíbrio foram avaliados pelo teste POMA. Foi utilizado o modelo de regressão logística com a técnica stepwise backward com o modelo inicial incluindo idade, gênero, índice de massa corpórea (IMC), grau de deficiência intelectual, sedentarismo e uso de medicamentos com ação no sistema nervoso central. RESULTADOS: Evidenciou-se que o desempenho de marcha segundo POMA e o IMC são fatores independentemente associados ao diagnóstico de demência prodrômica e demência manifesta (Poma-marcha OR=0.67, 0.53-0.85 CI, p<0.001; e IMC OR=1.12, 1.02-1.24 CI, p<0.001). Todos os domínios cognitivos avaliados por meio do CAMCOG-DS se mostraram correlacionados ao desempenho no teste POMA (p<0.05), com exceção do domínio percepção. CONCLUSÃO: Um pior desempenho de marcha medida pelo POMA e um maior IMC aumentaram a chance do diagnóstico de demência prodrômica e demência manifesta em adultos e idosos com SD. O uso do POMA na população com SD poderá contribuir para o diagnóstico precoce da demência nessa população, ajudar na identificação de riscos de quedas e auxiliar na adoção de intervenções visando à melhoria da mobilidade funcional nessa população |