De um encontro possível entre literatura, infância e animalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cintra, Guilherme
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-24102023-182855/
Resumo: O presente estudo devota-se a perspectivar a produção e a circulação de livros para crianças no Brasil ao longo do século XX, tendo como alvo a reunião de um conjunto de obras a cargo de literatos considerados como não pertencentes ao universo da literatura infantil. A imersão no universo temático em foco teve como ponto de partida a revisão da produção acadêmica sobre literatura infantil veiculada em periódicos do campo educacional, no período entre 2000 e 2020. Os textos mobilizados foram tomados como ocasião para que fossem revisitados alguns marcos teóricos desde a emergência dos debates sobre literatura infantil no país, com os trabalhos de Leonardo Arroyo e Cecília Meireles entre as décadas de 1950 e 1960, até os esforços críticos e historiográficos encabeçados por Marisa Lajolo e Regina Zilberman a partir da década de 1980. Em um segundo momento, procuramos investigar as relações entre literatura e educação, na tentativa de rastrear o impacto dos discursos pedagógicos, principalmente em torno da noção de infância, sobre a produção da literatura infantil. O terceiro movimento do estudo, em que se debruçou sobre o conjunto de fontes propriamente empíricas, consistiu na composição de um acervo de livros para crianças nos quais a animalidade ganha centralidade, a reboque das ponderações acerca da zooliteratura, conforme proposição da pesquisadora Maria Esther Maciel. Conclui-se que, nessas obras, uma vontade outra de interlocução com as crianças parece se performar, alheia ao imperativo de infantilização dos leitores.