Jogo sudoku em crianças com 6 - 7 anos: modos de realizar, compreender e intervir

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ebner, Angela Catuta Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-04072013-161239/
Resumo: . A Escola Fundamental I tem como objetivo promover em seus alunos o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar através da representação, da comunicação e da resolução de problemas em favor da aprendizagem da língua, da matemática, da representação espacial, temporal e gráfica. No campo da Psicologia e da Educação pesquisas demonstram que o jogo pode ser usado para criar situações-problema e assim contribuir para processos de desenvolvimento e aprendizagem em crianças e adolescentes. Esta pesquisa trata, então, de propor uma forma de intervenção que auxilie a aprendizagem da resolução de problemas, através de um jogo que implica o uso de operações lógicas. O Sudoku foi o jogo escolhido porque os problemas que ele apresenta são da natureza e uso da lógica, no sentido de que para descobrir o número de cada casa vazia o jogador deve coordenar vários aspectos ao mesmo tempo e considerar que há apenas uma resposta para cada caso. O recorte de idade feito para a presente pesquisa, crianças com 6-7 anos, se apoia na teoria piagetiana que afirma que as construções operatórias dão início, em média, aos sete anos e seguem até a vida adulta. Assim, criou-se, através de oficinas com o jogo Sudoku, situações-problema que exercitaram o uso do pensamento lógico favorecendo os processos de desenvolvimento e de aprendizagem requeridos para o alcance das expectativas previstas para sujeitos que cursam o segundo ano da Escola Fundamental I. Foram feitas 17 oficinas, sendo duas por semana e com duração de uma hora cada, em três turmas de segundo ano de uma escola particular do município de Ribeirão Preto, alcançando um total 60 participantes. A fundamentação metodológica utilizada nas oficinas se baseia nos modelos Taos, Paris, Atenas e Eldorado desenvolvidos por Gruber e Vonèche (1995) que têm como objetivo aplicar à Educação as contribuições de Piaget ao explorar o pensamento e a compreensão da criança em relação à natureza dos objetos, ao tempo, espaço, juízo moral e etc. Os dados foram analisados a partir dos seguintes eixos: 1) como os participantes resolveram e compreenderam o jogo Sudoku; 2) qual o valor das situações-problema para o primeiro eixo; 3) como e por que aplicar os Modelos Taos, Paris, Atenas e Eldorado em oficinas sobre o jogo Sudoku; e 4) como praticar uma visão construtivista, apoiada na perspectiva de Piaget, em uma situação de jogo com sujeitos de 6-7 anos. Os resultados apontam que no início do processo de intervenção poucos sujeitos conseguiam resolver o Sudoku da forma correta. No entanto, no desenrolar das oficinas foi possível identificar uma considerável aprendizagem deste jogo por parte dos participantes e, mais do que isto, observou-se um apreciável desenvolvimento dos sujeitos quanto à compreensão do jogo. Atribui-se tal desenvolvimento e aprendizagem às atividades das oficinas em resolver os jogos e às situações-problema. Conclui-se, ainda, que os modelos de Gruber e Vonèche formaram uma excelente base de intervenção para o aprendizado do jogo e de suas implicações lógicas. Assim, confiamos que tal estudo aqui apresentado possa colaborar de alguma maneira com educadores e psicólogos interessados no uso do jogo para o desenvolvimento e a aprendizagem de seus alunos e pacientes a respeito do pensamento lógico