Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Adami, Guilherme |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-06102022-174923/
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Resumo: |
Esta tese questiona a suposta inaptidão da gramática científica em abordar temas inefáveis ou inexprimíveis. Adotando uma postura decolonial, o trabalho contesta a noção de que algumas linguagens e discursos têm uma inerente (in)aptidão em lidar com certos assuntos, marcando one, quando e porque a hegemonia das formas de comunicação na academia se tornam fragilizadas, no momento em que se colocam na presença de linguagens e discursos não prontamente reconhecidos como acadêmicos. Assim, propõe-se uma discussão que interroga as categorias ratificando o valor acadêmico de descrições, explicações e argumentos com referência a suas qualidades verbais (léxico, sintaxe etc.), com o objetivo de avaliar até que ponto gramáticas que pressupõem onto-epistemologias diferentes daquela ligada à leitura e escrita grafocêntricas têm potencial de contribuir para uma redefinição dos modos em que o conhecimento científico pode ser construído. A análise debruça sobre um conjunto de formações/arranjos discursivos marginais, cujas formas linguísticas não são consideradas científicas pelos padrões acadêmicos modernos: o brincar. A partir de sua observação, o trabalho responde questionamentos a respeito dos problemas éticos que resultam da implicação entre corpos e linguagens em contextos acadêmicos e a distribuição do poder comunicativo entre variadas formas de semiose e onto-epistemologias. A Pedagogia dos gestos é o modus operandi adotado para geração e análise de dados, o que permite que a resposta às perguntas de pesquisa aborde o tema da inefabilidade de um modo que enfatiza a significância da fisicalidade e suas atmosferas de sentido. Os principais resultados indicam que: a) ao lidar com assuntos inexprimíveis, a ciência moderna conduz uma exploração velada e colonial do brincar através da linguagem acadêmica hegemônica; b) essa exploração está fortemente ligada à constituição histórica da linguagem acadêmica como tal, o que acarreta variados graus de suscetibilidade e dependência de diversos tipos de interferências semióticas externas; e c) o discurso científico não está blindado contra todas as formações/arranjos discursivos marginais e não-acadêmicos da mesma forma, pois alguns (como aqueles que emergem no brincar) têm poder relativo de deslocar a comunicação acadêmica de seu modelo onto-epistemológico atualmente empregado, portanto, não logrando sucesso em sustentar fronteiras absolutas e permanentes que o possam insular |