Estudo ecocardiográfico de pacientes pediátricos com transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vallilo, Nathalia Gaspar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-29102020-164231/
Resumo: Os efeitos do HIV e da terapia antirretroviral no sistema cardiovascular de crianças e adolescentes com transmissão vertical ainda não são completamente conhecidos. Os objetivos do estudo foram determinar a prevalência de anormalidades cardíacas em uma coorte retrospectiva de pacientes com transmissão vertical do HIV e investigar possíveis associações entre parâmetros ecocardiográficos e clínicos durante o seguimento a longo prazo. Trata-se de um estudo realizado através da revisão de prontuários digitalizados de 148 crianças com transmissão vertical do HIV (0-18 anos) entre janeiro de 1991 e dezembro de 2015. Foram analisados 480 ecocardiogramas e 46 pacientes (31%) apresentaram alterações ecocardiográficas, frequentemente subclínicas e transitórias. A contagem de CD4 no nadir foi maior nos pacientes com ecocardiograma persistentemente normal: 263 (4-1480) vs. 202 (5-1746) células/Microlitro, p = 0,021. A dilatação do VD foi encontrada em 18,9%, dilatação do VE em 21,6%, hipertrofia septal em 12,2%, hipertrofia de parede posterior em 6%, disfunção sistólica de VE em 8% e hipertensão pulmonar em 8,7% dos pacientes. Infecções oportunistas foram associadas à dilatação do VD (OR = 4,34; 1,78-10,53; p < 0,01), hipertensão pulmonar (OR = 8,78; 2,80-27,51; p < 0,01) e disfunção sistólica do VE (OR = 5,38; 1,55-18,71; p < 0,01). Maior duração da HAART foi associada a redução do risco de dilatação do VE (OR = 0,91; 0,85-0,97; p < 0,01) e disfunção sistólica (OR = 0,71; 0,59-0,85; p < 0,01). O uso de inibidores de protease foi associado a redução do risco de dilatação do VD (OR = 0,54; 0,30-0,97; p < 0,05), dilatação do VE (OR = 0,35; 0,21-0,60; p < 0,01) e disfunção sistólica do VE (OR = 0,07; 0,02-0,31; p < 0,01). Maior contagem de CD4 foi associada a menor risco de disfunção sistólica do VE (OR = 0,82; 0,69-0,98; p < 0,05). O ecocardiograma identificou anormalidades cardíacas em crianças com infecção perinatal do HIV e os dados sugerem que o status imunológico e as estratégias terapêuticas ao longo do desenvolvimento podem influenciar a ocorrência de comprometimento cardíaco nessa população