Efeitos da terapia por vibração no tecido ósseo e cartilaginoso de ratos em fase de crescimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mariano, Suelen Albertini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rat
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-09092021-095705/
Resumo: Fundamento: A plataforma vibratória tem sido utilizada como coadjuvante em diversos tratamentos, bem como em treinamentos físicos de alto rendimento esportivo. A terapia por vibração como método profilático e terapêutico de distúrbios osteometabólicos tem sido empregada por diversos autores e mostrado resultados positivos para a melhora da qualidade óssea. Resultados envolvendo aumento de força muscular e potência também contribuem para a maior disseminação e utilização do recurso, incluindo tratamento em idade de crescimento. No entanto, há escassez de literatura associando os efeitos da vibração sobre a placa de crescimento, que pode ser nocivo. Além disso, não há consenso e conhecimento suficiente sobre os diferentes parâmetros da plataforma vibratória e seus efeitos nos tecidos ósseo e cartilaginoso. Objetivos: Comparar diferentes protocolos de frequência da plataforma vibratória no tecido ósseo e na cartilagem de crescimento de ratos saudáveis, em fase de maturação esquelética, bem como analisar o efeito tardio da interrupção da terapia por vibração nesses tecidos. Materiais e Métodos: 72 ratos machos de aproximadamente 120 gramas (±10g) foram aleatoriamente distribuídos em três grupos (n=24/grupo): (1) Sham: ratos placebo, sem uso da vibração; (2) TV 5Hz: ratos submetidos à terapia por vibração com frequência de 5Hz e; (3) TV 50Hz: ratos submetidos à terapia por vibração com frequência de 50Hz. Cada grupo foi dividido em dois subgrupos (n=12/subgrupo), de acordo com o período experimental. Em um subgrupo (4s) os animais foram submetidos à vibração (ou placebo) por 4 semanas e, em outro (16s) os animais também foram submetidos à vibração (ou placebo) por 4 semanas, mas o seguimento sem intervenção (placebo) persistiu por mais 12 semanas, totalizando 16 semanas. Ao término dos períodos experimentais, os animais foram submetidos à eutanásia para coleta e análise óssea dos fêmures, tíbias, vértebras e parietais, bem como da placa de crescimento das tíbias. A qualidade do tecido ósseo (trabecular e cortical) e da placa de crescimento foi investigada por meio de análises macroscópica, densitométrica, microtomográfica, mecânica, histológica e histomorfométrica. Resultados: Os resultados das análises evidenciaram efeitos positivos na qualidade óssea e cartilaginosa em resposta à terapia por vibração com frequência de 50Hz. Com este protocolo foi possível observar aumento na densidade mineral óssea, no conteúdo mineral ósseo e em diversos parâmetros microtomográficos relacionados à formação óssea no tecido trabecular e cortical (TV, BV, BV/TV, Tb.Th, Tb.N, Ct.TV, Ct.BV, Ct.BV/TV e Ct.Th), concomitante à redução nos parâmetros de reabsorção óssea (Tb.Sp, BS/BV e SMI) em fêmures e tíbias. As análises histológicas corroboram os achados anteriores e também evidenciam importante efeito osteogênico e condrogênico resultante da terapia por vibração com frequência de 50Hz, em que foi detectado aumento no número de trabéculas com maior quantidade de osteócitos, trabéculas mais espessas, melhora na organização das colunas celulares e estimulação aumentada da zona proliferativa na cartilagem de crescimento. Efeitos positivos também foram detectados nas análises mecânicas, com maior resistência para os ossos submetidos à vibração com 50Hz. Além disso, os efeitos benéficos deste protocolo de vibração persistiram em fase tardia, mesmo após sua interrupção. Por outro lado, a frequência de 5Hz não evidenciou efeitos positivos no tecido ósseo e cartilaginoso, e em algumas análises foi possível detectar efeitos negativos (medidas macroscópicas, massa óssea, parâmetros microestruturais trabeculares e corticais e mecânicos), que persistiram em fase tardia mesmo após interrupção do tratamento. Conclusão: Nossos resultados indicam efeito positivo da terapia por vibração de 50Hz, tanto no tecido ósseo como na placa de crescimento de ratos saudáveis em crescimento, que persistiram mesmo após interrupção do tratamento.