Academia Brasileira de Enfermeiros: Locus profissional não consolidado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Carreiro, Flávia de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-10052011-152134/
Resumo: O objeto deste estudo foi a identidade organizacional de uma academia científica no campo da Enfermagem, pautado na representatividade e no significado de uma academia científica na configuração de uma identidade profissional, ao considerar uma analogia nos processos de constituição das academias referenciadas. Contemplou aspectos teórico-conceituais no que se referiu à historicidade do conceito de academia, valendo-se da pesquisa documental e dos princípios da análise de conteúdo para interpretação dos dados. Descrever a identidade profissional dos membros de uma academia científica, analisar as implicações desta identidade e discutir os significados e representações de uma academia científica na Enfermagem brasileira e sua visibilidade internacional, foram os objetivos do estudo. Concluiu que a academia científica é uma organização profissional, cujo diferencial está no capital humano arrebanhado para seu interior, o modo como foi selecionado e os motivos pelos quais se encontram e se mantém juntos. A identidade profissional dos membros de uma academia científica deve ser ampla em competências e habilidades profissionais, além de agregar diferentes capitais simbólicos, trazendo implicações diretas em sua constituição. Na Enfermagem brasileira, identificou-se um movimento pela criação de uma Academia Brasileira de Enfermeiros, mas não que não foi avante por razões particulares aos seus integrantes; a existência de uma Academia Brasileira de Especialistas em Enfermagem, que pelo seu processo de criação não se caracteriza como uma academia segundo os princípios da Escola Platônica; e a criação e fundação Academia Brasileira de História da Enfermagem, cujos objetivos estabelecidos no Estatuto, inferem ser a organização, uma possível agente de mudança comportamental em relação ao campo da História. Entendeu-se que através do estudo da História da Enfermagem, identificamos, analisamos e compreendemos os avanços da profissão na sociedade, além de subsidiar e instrumentalizar a própria elaboração da identidade profissional da Enfermagem e a formação de seu habitus. Avaliou-se que a identidade profissional do membro de uma academia científica é sustentáculo fundamental aos propósitos da organização, ainda que nos exemplos citados neste estudo, o aspecto de irmandade e/ou confraria não tenha sido esquecido em alguma fase do processo de criação e fundação das academias aqui referidas. A visibilidade remete a expansão das fronteiras, na medida em que participam de eventos nacionais e internacionais na área, ratificando e fortalecendo os dados resultantes de pesquisas, além de aumentar a rede de relações sociais. Todos os atores sociais devem estar devidamente e suficientemente instrumentalizados, histórico, cultural e tecnicamente, para fazer manter as conquistas de seus precursores, e angariar novas posições no (in)constante campo da saúde. A divergência intelectual faz parte do conhecimento, onde ele é sempre relativo, ao supor um ponto de vista específico, certos instrumentos, e também os limites da pessoa humana. Ratifica-se a importância de considerar que o pesquisador é um intérprete, fazendo uma leitura discursiva influenciada pelos seus sentimentos, sua posição, suas experiências e vivências, e a sua interpretação nunca será absoluta e única, mas produzirá seu sentido.