Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Vasconcelos, Mariana Pinheiro Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-07052019-154656/
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Resumo: |
Introdução: No mundo especula-se que 15 a 20 milhões tenham infecção crônica pelo HDV. No Brasil, a área endêmica de hepatite Delta corresponde aos estados da Amazônia Ocidental, incluindo Rondônia. Hepatite Delta é a mais grave e com mais rápida evolução para cirrose dentre as hepatites virais. Poucos estudos avaliaram os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma coorte de pacientes em nosso país e no mundo. Objetivos: Em uma coorte de pacientes acompanhados em um serviço de referência: 1. Avaliar as características demográficas, epidemiológicas e clínicas; 2. Avaliar a frequência de doença hepática avançada; 3. Avaliar as características da população atendida com idade <=18 anos; 4. Avaliar a acurácia de escores não invasivos (razão AST/ALT, APRI e FIB-4) na determinação dos diferentes graus de fibrose. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, de uma coorte de pacientes retrospectivamente identificadas no ambulatório especializado em hepatites virais, pertencente ao Centro de Pesquisa em Medicina Tropical do Estado de Rondônia (CEPEM), situado na cidade de Porto Velho, com diagnóstico de infecção pelo HDV. Foram incluídos todos os pacientes com diagnóstico dessa infecção por sorologia (ELISA) ou por biologia molecular (HDV-RNA reagente), matriculados e atendidos neste serviço entre novembro de 1996 a março de 2015. Resultados: Dentre 4.101 pacientes diagnosticado com HBV, 224 (5,5%) apresentavam coinfecção com o HDV, e 205 foram incluídos nas análises. Dentre eles, 132 (64,4%) eram do sexo masculino, com idade média de 35,1 anos. O contato familiar foi o fator de exposição para infecção pelo VHB/VHD mais frequente. A determinação do genótipo do HDV foi obtida em 78 pacientes, destes 74 (94,9%) eram genótipo III e 4 (5,1%) genótipo I. Noventa e dois (44,9%) pacientes apresentavam evidência de doença hepática avançada. Dentre os pacientes incluídos 22 (10,7%) tinham idade <= 18 anos, sendo que 6 (27,3%) apresentavam sinais e sintomas de doença hepática avançada ou fulminante à primeira consulta. Métodos não invasivos foram calculados e comparados à biópsia hepática em 50 pacientes. A razão AST/ALT não teve valor significativo para avaliar fibrose em nenhum dos estágios. APRI e FIB-4 tiveram melhor desempenho para avaliar fibrose significativa (>=F2), com acurácia de 86 e 80, respectivamente. Conclusões: 1. O HDV representa importante agravo de saúde pública em Rondônia com frequência expressiva entre pessoas do sexo masculino e população indígena; 2. A presença da infecção pelo HDV esteve associada a expressivo número de complicações hepáticas e foi frequente causa de óbito na população analisada, particularmente entre adultos jovens; 3. Entre pacientes com idade <= 18 anos a hepatite delta esteve associada a significante morbidade e mortalidade e a falta de adesão dessa população pareceu contribuir para esse tipo de desfecho; 4. A utilização dos métodos não invasivos (APRI e FIB-4) foi capaz de identificar pacientes com fibrose significativa entre indivíduos infectados com HDV na Amazônia brasileira, podendo, apesar de todas as limitações destes métodos servir como alternativa para avaliação de fibrose hepática significativa, na ausência de outros métodos mais efetivos |