Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Petrilli, Leonardo Abdelnur |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-07022024-170356/
|
Resumo: |
A dor é descrita como sendo um processo de difícil compreensão e definição, em função de apresentar caráter emocional, subjetivo e multidimensional, tornando sua percepção única para cada indivíduo. A percepção da dor e o processamento da informação resultante do estímulo doloroso pode ser especificado em dor aguda ou crônica, sendo a dor crônica caracterizada de acordo com a sua origem, podendo ser nociceptiva, neuropática ou inflamatória. Pesquisas a respeito da dor podem ser realizadas por meio de modelos animais, em que se observam alterações fisiológicas e comportamentais em função de protocolos de indução de dor e possíveis mecanismos e intervenções farmacológicas. Este estudo avaliou o efeito do tratamento com canabidiol (CBD) e dos receptores de glicina em modelo de dor inflamatória induzida pela injeção do Adjuvante Completo de Freund (CFA). 124 animais machos (C57/BL6, 25-30g, CEUA 21.1.720.59.6) foram submetidos ao modelo de dor inflamatória persistente por meio da administração intraplantar de CFA ou não (administração solução salina estéril). No experimento1, a sensibilidade mecânica (teste de von Frey) e térmica (teste da placa quente e acetona) foram avaliadas no período basal (antes da inflamação) e no 3º, 7º e 10º dia do protocolo. Já no experimento 2, a sensibilidade mecânica foi avaliada no período basal, no 3º, 7º e 10º dia do protocolo e a aversividade a dor (PEAP) e a atividade motora e o comportamento emocional (Campo Aberto) foram avaliadas no 10º dia do protocolo. Diferentes grupos experimentais foram tratados com CBD (3 mg/kg, i.p.) ou veículo, a partir do 8a dia experimental, durante o período de 3 dias e Picrotoxina (PTX) ou veículo 10 minutos antes da última administração de CBD no 10º dia do protocolo. Ao término dos experimentos, foi realizada a eutanásia para obtenção do encéfalo, e realização posterior da expressão proteica por técnica de western blotting (WB) de receptores para glicina. As análises dos resultados foram feitas por meio de ANOVA de duas vias para medidas repetidas (testes nociceptivos) seguida do teste de Bonferroni, com P < 0,05. No experimento 1, a análise de variância (ANOVA) de dois fatores (tempo e tratamento), seguido pelo pós-teste de Bonferroni revelou que o tratamento subcrônico com CBD (3mg/kg) reverteu parcialmente a alodinia mecânica por conta do aumento do limiar mecânico avaliado no teste de Von-Frey e totalmente a alodinia térmica ao frio e a hiperalgesia térmica ao calor, por conta da redução do score observado no teste da Acetona e do aumento do tempo na placa quente respectivamente. No experimento 2, a análise de variância (ANOVA) de um fator (tratamento), seguido pelo pós-teste de Bonferroni revelou que o tratamento subcrônico com CBD (3mg/kg) reverteu a aversividade a dor avaliada pelo PEAP e a redução da porcentagem de tempo no centro (induzida pela inflamação persistente) avaliada pelo teste do Campo Aberto. O ensaio de Western Blotting não indicou diferença estatisticamente significativa entre os grupos considerando a expressão dos receptores glicinérgicos. Assim, nossos resultados sugerem que o CBD modulou a dor inflamatória independente da neurotransmissão glicinérgica, uma vez que a antagonização dos receptores de glicina pela PTX não evitou os efeitos do CBD, além de não ocorrer alteração da expressão destes receptores nos diferentes grupos experimentais, indicando possível interação com outras vias. |