Ecos da resistência ao Nazismo: Movimento dos Alemães Livres e Associação Democrática Alemã. São Paulo (1933-1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alonso, Raíssa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11122019-161934/
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar a trajetória de dois movimentos de resistência antinazista originados no seio das comunidades de imigrantes, exilados e refugiados de língua alemã durante as décadas de 30 e 40 no Brasil: o movimento dos Alemães Livres e a Associação Democrática Alemã. O discurso oficial do governo brasileiro sobre o subversivo, o revolucionário e o estrangeiro está, em sua maioria, permeado por mitos políticos e narrativas matizadas por vieses nacionalistas, xenófobos e racistas, revelando a persistência da mentalidade intolerante e autoritária construída ao longo de séculos. Tais narrativas podem ser identificadas tanto nos documentos oficiais e policiais como nos registros produzidos pelos grupos de resistência concentrados no eixo-Sul-Sudeste brasileiro. Baseado na lei que proibia ao estrangeiro radicado no Brasil uma atuação política, o decreto-lei 383 da Constituição de 1938, esses movimentos tornaram-se objetos de investigação e perseguição pela polícia política varguista. Tomando como corpus documental, os dossiês, autos policiais e prontuários produzidos ao curso dessa investigação, cujo armazenamento encontra-se atualmente no Arquivo Público do Estado de São Paulo, pretendemos analisar as diferenças e semelhanças nas relações entre estes movimentos políticos formados por imigrantes, exilados e refugiados com a autoridade e contexto político brasileiro. Sobre os movimentos em si, identificaremos aqui o perfil geral dos membros destes movimentos, suas principais estratégias de ação e redes de contato com seus pares na América Latina e Estados Unidos. Verificaremos, a partir dos registros arquivados, como visão e projeto político do governo brasileiro ao tratar da imigração se traduz em uma das pontas do processo policial: o tratamento do sujeito imigrante como uma ameaça intrínseca ao corpo da nação brasileira.