Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Cordeiro, Luciana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-19062017-174034/
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Resumo: |
Introdução: A pesquisa-ação (PA) é utilizada em diversos campos do conhecimento desde os anos 1940, constituindo atualmente uma família de abordagens. Identificou-sena literatura quatro princípios comuns: participação, processo realizado em ciclos de espiral, produção de conhecimento e transformação de práticas. Duas tradições de PA se manifestam historicamente: a do Norte, de cunho pragmático voltada para a resolução de problemas, e a do Sul, de cunho político com finalidade de transformação social. A área da saúde incorpora as duas tradições, produzindo pesquisas com diversos objetivos e finalidades. Neste trabalho inscrito no campo da Saúde Coletiva, parte-se da epistemologia crítica, e mais particularmente do marxismo, adotando-se os pressupostos teóricos que fundamentam a perspectiva de emancipação em Lukács; incorpora-se a educação emancipatória e ensinamentos de metodologias participativas de pesquisa. Objetivo:construir o arcabouço teórico metodológico da pesquisa-ação emancipatória.Procedimentos metodológicos:Trata-se de pesquisa de natureza metodológica cujas etapas foram: revisão de escopo para mapear as pesquisas em saúde,que utilizaram PA, classificando-se os resultados de acordo com categorias fundamentais da PA; discussão das categorias fundamentais da pesquisa-ação emancipatória (PAE), a partir da vertente marxista de produção do conhecimento e conceitualização da metodologia da PAE na saúde. Resultados: Foram incluídos 124 estudos na revisão de escopo. A América Latina foi o continente com maior número de publicações, seguida pela América do Norte, Europa e Austrália; Ásia e África apresentaram poucos estudos comparativamente. As PAs foram classificadas em três dimensões: organizacional, individual e coletiva. As produções da América Latina utilizam participação democrática e política e são mais influenciadas pela PA do Sul, produzindo pesquisas alocadas na dimensão coletiva, voltadas a necessidades de grupos particulares. As produções da América do Norte, fortemente influenciadas pela PA do Norte e embasadas na Promoção à Saúde, utilizam participação precária, almejando conquistar mudanças de comportamento dos participantes. Já as publicações Europeias e Australianas estão voltadas à dimensão organizacional, de forma a propor melhorias no ambiente de trabalho, utilizando diversidade de níveis de participação. As PAs da dimensão coletiva incluem grupos sociais no processo de produção de conhecimento, buscando favorecer práticas com implicação política,que incidam para além do âmbito individual/familiar. Analisou-se as categorias participação e emancipação a partir da vertente marxista, construindo-se a proposta de PAE que, ancorada da perspectiva da Saúde Coletiva, busca expor as raízes dos problemas de saúde, a partir da realidade concreta, produzindo crítica acerca da determinação social do processo saúde-doença e utilizando como instrumento a educação emancipatória. Considerações finais:As pesquisas alocadas nas dimensões organizacional e individual coadunam com os paradigmas pós-positivista e interpretativista e produzem conhecimento que aperfeiçoa o instituído. Já as pesquisas da dimensão coletiva ancoram-se no paradigma crítico e apresentam potencial para produzir conhecimentos que desafiam o status quo. A pesquisa-ação emancipatória, alicerçada na teoria marxista ena educação emancipatória, propõe a compreensão das raízes dos problemas de saúde e a realização de ações coletivas que tomem por referência o âmbito da determinação, favorecendo o exercer do potencial humano e de práticas políticas emancipatórias. |