Organização social e desnutrição em famílias de baixa renda no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1982
Autor(a) principal: Goldenberg, Paulete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20092018-181349/
Resumo: A fim de descrever as condições de existência relacionadas com a ocorrência de desnutrição no primeiro ano de vida, numa amostra de baixa renda no município de São Paulo, procedeu-se à caracterização das organizações domiciliares como unidade de reprodução, trabalho e consumo. Foram classificadas como famílias Nucleares, quando residiam no domicílio mãe, filho(s) e/ou cônjuge e como famílias Ampliadas, quando, além, dos integrantes da unidade de reprodução, co-habitavam outros elementos. Levando-se em consideração as condições de inserção dos integrantes da unidade de reprodução no mercado de trabalho, observamos que, em meio e subavaliação da força de trabalho, a organização Ampliada constituiria uma alternativa de sobrevivência. Mediante esforço cooperativo, a despeito dos rendimentos inferiores dos núcleos reprodutivos entre as famílias Ampliadas, seria alcançado um nivelamento da renda per capita domiciliar entre os tipos de organização estudados. Em vista do papel das migrações na constituição do mercado de trabalho em São Paulo, procurou-se identificar a naturalidade das mães. Grande parte da amostra constituía-se de mães migrantes, com predominância de origem rural entre aquelas que se encontravam há menos tempo na capital; porém, não se observaram diferenças quanto às características migratórias estudadas entre as diferentes composições domiciliares. Quanto ao aleitamento, constatou-se a ocorrência do desmame precoce, igualmente distribuÍdo entre as famílias estudadas, tendo sido destacado o papel das técnicas promocionais do leite em pó na disseminação da prática do aleitamento artificial em nosso meio. Em relação à desnutrição dos lactentes, não observamos diferenças significativas entre famílias Nucleares e Ampliadas, ressaltando-se a relação de independência entre o estado nutricional das crianças estudadas e a renda per capita dos núcleos reprodutivos. Confirmando, por sua vez, a configuração de mecanismos de defesa da reprodução, em meio às precárias condições de vida, observou-se que os migrantes de origem rural constituiriam um grupo especialmente vulnerável entre as famílias Nucleares, mas não entre as famílias Ampliadas; da mesma forma, o peso insuficiente, apontado como fator importante na etiopatogenia da desnutrição, teve suas repercussões limitadas entre as famílias Ampliadas. Apesar dos níveis semelhantes de renda domiciliar disponível, as indicações a respeito de melhores condições habitacionais entre as famílias Ampliadas concorreriam para caracterizar diferentes condições de existência entre as composições domiciliares, apontando para a colocação subsidiária dos fatores relacionados com a desnutrição em função das organizações sociais. Finalizando, chamou-se a atenção para a importância da consideração dos problemas de saúde no plano biológico e social, tendo em vista a caracterização da singularidade da ocorrência das doenças a nível das populações.