Trajetória antropométrica e padrões alimentares: análise do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Mariane de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-31082023-154901/
Resumo: Apesar da indiscutível relação entre consumo alimentar e obesidade, ainda há debate na literatura sobre o papel da composição da dieta no aumento da adiposidade. A análise de padrões alimentares é um método que considera a dieta de forma global e pode contribuir para decifrar essa relação entre dieta e aumento de adiposidade. Esta tese teve como objetivo investigar a associação entre padrões alimentares no baseline e marcadores de adiposidade ao longo do tempo. Estudo longitudinal que analisou dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), realizado com indivíduos de 35 a 74 anos de idade (N=15.105). Os dados de consumo alimentar, obtidos no baseline por meio de Questionário de Frequência Alimentar (QFA), foram avaliados por três diferentes métodos de análise de padrões alimentares: 1) análise fatorial (AF), 2) treelet transform (TT) e 3) reduced rank regression (RRR). As associações foram avaliadas por meio de modelos lineares de efeitos mistos. Foi identificado um padrão conveniência marcado pelo consumo de doces e sobremesas, lanches, carne vermelha e processada, e refrigerantes comum aos três métodos aplicados. Além disso, os métodos de AF e TT identificaram um padrão marcado pelo consumo de cereais, frutas, vegetais, peixe e suco de frutas em comum. Adicionalmente o método de AF identificou um padrão tradicional brasileiro marcado pelo consumo de arroz, feijão e carne vermelha, enquanto o método TT identificou um padrão marcado pelo alto consumo de arroz e feijão e baixo consumo de carne vermelha e dos grupos alimentares presentes no padrão conveniência. Neste estudo, o tempo médio de follow-up foi de 8,2 anos. Maior adesão ao padrão conveniência, independente do método, foi consistente e significativamente associado com as medidas longitudinais de adiposidade. Maior adesão ao padrão tradicional brasileiro foi associado com aumento de percentual de gordura e índice de massa de gordura ao longo do tempo. Enquanto maior adesão ao padrão marcado pelo alto consumo de arroz e feijão e baixo consumo de carne vermelha foi consistentemente associado com redução dos marcadores de adiposidade ao longo do tempo. Por fim, maior adesão ao padrão prudente identificado pelo método de AF foi associado com redução em todos os marcadores de adiposidade, exceto peso corporal e o mesmo padrão identificado pelo método TT foi associado apenas com aumento de peso corporal ao longo do tempo de follow-up. O padrão alimentar derivado pelo método RRR explicando os valores séricos de aminoácido de cadeia ramificada, foi caracterizado pelo alto consumo de arroz, feijão, carnes vermelha, de frango e processada, refrigerantes, lanches e pasta e simultaneamente caracterizado pelo baixo consumo de cereais e leite. Maior adesão a este padrão alimentar foi consistentemente associado com aumento da adiposidade ao longo do período de follow-up. A aplicação de três métodos de análise de padrão alimentar permitiu identificar nuances na composição da dieta que podem explicar o aumento de adiposidade na população.