Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pires, Cristhiane Valério Garabello |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-27012016-101516/
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Resumo: |
Além da deficiência física, a diminuição ou perda da sensibilidade geniturinária é um dos maiores impactos para mulheres com Lesão Medular (LM). Devido à perda da mobilidade funcional e as barreiras arquitetônicas, estas muitas vezes não tem acesso aos cuidados adequados para a saúde ginecológica. Como aproximadamente 80% das lesões da medula espinal acometem indivíduos do sexo masculino, os estudos raramente focam as necessidades e questões referentes às mulheres. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecções genitais não virais em mulheres com deficiência física por lesão medular, comparativamente às mulheres saudáveis Método: Estudo de corte transversal, caso controle. Foram estudadas 52 mulheres com LM (grupo estudo) e 57 mulheres saudáveis (grupo controle). Todas responderam a um questionário estruturado e foram submetidas à coleta de conteúdo vaginal para pesquisa de Trichomonas vaginalis e leveduras, bacterioscopia com coloração pelo método Gram, cultura geral (meio ágar sangue), cultura para fungos (meio Sabouraud) e coleta de conteúdo endocervical para pesquisa de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhorae (reação em cadeia da polimerase) e cultura para Mycoplasmas sp (meios U9, A7). Resultados: As mulheres com lesão medular, comparativamente ao grupo controle, apresentaram maior frequência de Candida sp no exame micológico direto (p= 0,017); entretanto não foi observada diferença estatisticamente significativa na frequência de isolamento de espécies fúngicas entre os grupos. O grupo estudo apresentou maior frequência de isolamento de Escherichia coli (p= 0,002) e de Corynebacterium sp (p= 0,023) e menor frequência de Lactobacillus sp (p < 0,001) em conteúdo vaginal. Em ambos os grupos não foram encontrados casos positivos para Trichomonas vaginalis. A avaliação do escore de Nugent para diagnóstico de vaginose bacteriana demonstrou maior freqüência de flora intermediária (Nugent 4-7) no grupo estudo (p= 0,039). As pesquisas de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorroheae foram negativas em todas as mulheres. Com relação ao isolamento de Mycoplasmas sp, os resultados foram semelhantes em ambos os grupos. Conclusão: A menor freqüência de isolamento de Lactobacillus sp e a maior freqüência de isolamento de Corynebacterium sp e de Escherichia coli na vagina em mulheres com LM, assim como a elevada frequência de flora intermediária pelo escore de Nugent verificada nas mesmas, fortemente sugerem um desequilíbrio da microbiota vaginal, diferente de uma flora dominada por Lactobacillus sp em tais mulheres. Desde que os Lactobacillus sp são essenciais para a manutenção da flora vaginal e a inibição do crescimento de outras bactérias, sua ausência relativa em mulheres com LM pode influenciar a ocorrência de infecções do trato urogenital. Adicionalmente, a mais elevada frequência de detecção de fungos pela microscopia em mulheres com LM sugere que estas podem albergar uma maior concentração vaginal desses microorganismos do que outras mulheres |