O Anti-Édipo devorado: tensões entre a crítica esquizoanalítica e a psicanálise lacaniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pestana, Heitor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-30102018-162132/
Resumo: A crítica à psicanálise empreendida por Gilles Deleuze & Félix Guattari é bastante conhecida. Sua relação íntima com a psicanálise, a ponto desta ser responsável pela origem de alguns conceitos centrais na obra esquizoanalítica, nem tanto. As críticas fortemente elaboradas pelos autores em O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia acerca do idealismo que seria característico da psicanálise, se condensam i) na representação em jogo no pensamento psicanalítico, ii) na compreensão do inconsciente como um teatro, e iii) na mediação familiar à qual a psicanálise submeteria todo o desejo. Neste trabalho, tenta-se recompor o trajeto pelo qual esse questionamento foi formulado, além de examinar a pertinência e as repercussões de tais críticas na obra lacaniana. São analisados alguns trabalhos anteriores de Deleuze e de Guattari, assim como algumas de suas bases filosóficas, a fim de compor um mapa de seu pensamento. É também analisado o trajeto teórico de Jacques Lacan, que, conforme demonstrado, estava às voltas com questões similares às dos esquizoanalistas em diversos momentos de seu pensamento, assim como a recepção de tal arsenal crítico em seu trabalho. Nesta linha, são apresentadas algumas hipóteses relativas à incorporação de parte da ideia deleuzoguattariana, assim como algumas considerações acerca do materialismo em jogo na psicanálise. Finalmente, são apresentadas algumas ponderações acerca de tal debate empreendidas por pensadores contemporâneos, situando tais comentários em relação ao contexto deste trabalho. Conclui-se que, apesar de toda a relação entre as duas correntes ser marcada por diversos pontos de ruptura, um plano de coengendramento não só é possível, como é constitutivo de ambos os campos