Estudo comparativo entre os métodos percutâneo e cirúrgico no tratamento da comunicação interatrial do tipo ostium secundum em crianças e adolescentes: análise da segurança e eficácia clínica e do custo-efetividade incremental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Rodrigo Nieckel da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-16032015-091009/
Resumo: Introdução: As comunicações interatriais do tipo ostium secundum (CIA-OS) são tratadas por fechamento percutâneo (FP) ou intervenção cirúrgica (IC). Estudos comparando ambos métodos são escassos e avaliações de custo-efetividade inexistem na literatura nacional. Objetivos: Realizar uma avaliação da segurança e eficácia (ASE) clínica seguida de uma análise de custo-efetividade (ACE) incremental comparando o FP e IC sob a perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS). Materiais e métodos: ASE - Estudo observacional, não randomizado de 2 coortes de crianças e adolescentes < 14 anos com CIA-OS tratadas por FP ou IC. A coleta dos dados foi prospectiva no FP e retrospectiva no IC. ACE - Realizada revisão sistemática de estudos clínicos disponíveis no MEDLINE e a Cochrane Central. Estudos com mais de 50 pacientes e com idade média abaixo de 14 anos foram incluídos. A análise foi baseada em uma árvore de decisão computando os custos e consequências no longo prazo de ambas as opções. Foi utilizado valor da prótese de R$ 16.000 e estipulado valor de honorário médico de R$ 2.355. A efetividade foi estimada em anos de vida. A avaliação utilizou uma taxa de desconto de 5% ao ano e uma disposição a pagar de 3 vezes o PIB per capita no Brasil (63.000). Análises de limiares também foram conduzidas. Resultados: ASE - De Abr/09 a Out/11 foram alocados 75 pacientes (pts) no FP e entre Jan/06 e Jan/11 105 pts na IC. A idade e o peso foram maiores no FP e o diâmetro da CIA foi semelhante entre os grupos. Sucesso técnico foi observado em todos os procedimentos e não houve óbitos. Complicações (a maioria menores) foram encontradas em 68% na IC e em 4% do FP (p<0,001). As taxas de fluxo residual não significativo ou de oclusão total do defeito foram semelhantes nos 2 grupos. A mediana de internação foi de 1,2 dias após o FP e 8,4 dias após a IC (p< 0,001). ACE - A estratégia de busca retornou 2.957 referências, das quais 34 foram incluídas. A taxa de mortalidade foi semelhante nos 2 grupos. O FP teve discreta maior efetividade, menor taxa de complicações moderadas/graves e menor tempo de internação, mas com maior probabilidade de um segundo procedimento. A relação de custo-efetividade incremental (RCEI) do tratamento percutâneo foi de R$ 230.641 por ano de vida salvo. Considerando-se este cenário, seria necessário que o custo indireto associado à cirurgia fosse de R$ 4.960, ou que o valor pago pelo dispositivo percutâneo sofresse redução de R$ 4.960 para que o FP se tornasse aceitável do ponto de vista econômico. Conclusões: Ambos tratamentos são seguros e eficazes com ótimos desfechos, porém o FP apresenta menor morbidade e tempo de internação. Usando os valores diretos estipulados neste estudo, a RCEI foi elevada limitando a incorporação do FP pelo SUS neste momento. Estudos considerando também os custos indiretos são necessários para a adequada ACE de ambas estratégias.