Desenho incerto: o mito da \"cópia\" na historiografia do design brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Amato, Rafael
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16140/tde-19042024-112250/
Resumo: Esta dissertação tem como temática central as interpretações sobre os processos de institucionalização do design moderno no Brasil ocorridos entre as décadas de 1950 e 1960. Partindo das discussões propostas pelos debates historiográficos dos anos 1990 e 2000 sobre a criação do design como uma disciplina no país, a pesquisa se dedica a entender de que modo uma cultura histórica da cópia se faz presente em interpretações sobre as apropriações de modelos estrangeiros, sobretudo na criação de projetos educacionais de design. Argumento, em síntese, que por meio de um anacronismo não explicitado, um mito da cópia na historiografia do design nacional foi constituído pela historiografia perpassada por essa cultura histórica. Nesse sentido, o passado sociogenético do design moderno brasileiro foi interpretado a partir das reavaliações e críticas disciplinares construídas posteriormente, durante a década de 1970. Analiso, portanto, materiais jornalísticos de época e documentos encontrados no Arquivo da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro, com o intuito de reavaliar essas perspectivas. Meu enfoque, dessa maneira, concentra-se na circulação transnacional de ideias em torno dos conhecimentos artísticos e projetuais, assim como suas apropriações seletivas submetidas às diversas dimensões do poder. Além disso, dedico especial atenção às interpretações conceituais válidas no momento de fundação da Esdi, no início dos anos 1960, instituição descrita, muitas vezes, como o marco fundador do design no Brasil. A dissertação está dividida em quatro capítulos com suas respectivas especificidades. No primeiro, analiso a construção da cultura histórica da cópia entre passado e presente pautada na busca por uma identidade nacional por meio de projetos de design. No segundo, levanto e analiso as interpretações sobre o design moderno que argumento fazerem parte de uma virada historiográfica do design brasileiro. No capítulo três, por sua vez, investigo a construção do repertório teórico da cópia no campo do design desenvolvido ao longo da década de 1970. Por fim, no quarto e último capítulo, interpreto a formação do design moderno brasileiro das décadas de 1950 e 1960 a partir das análises realizadas ao longo dos capítulos anteriores. Argumento que, nesse momento, por meio de um desenho incerto, perspectivas estrangeiras eram negociadas por agentes históricos múltiplos. Dessa maneira, concluo ser possível, em oposição ao mito da cópia, observar o passado constitutivo do design no Brasil sob a perspectiva de diálogos, trocas e conflitos.