A mastofauna da Fazenda Figueira em uma área do Baixo Tibagi, município de Londrina, Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Lazo, Lizie Jatkoske
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-20191218-181733/
Resumo: O Estado do Paraná é um bom exemplo do atual estado dos remanescentes florestais na região sul do Brasil, onde as poucas e descontínuas áreas florestais, e a presença de um ambiente constituído por pastagem, tomaram-se fatores preocupantes para a conservação da mastofauna. No presente trabalho, foi analisado o estado de conservação de mamíferos voadores e não-voadores da Fazenda Figueira, localizada em uma área do baixo Tibagi, no município de Londrina, Estado do Paraná, através de estudos da composição e da abundância das espécies em áreas de pastagem da Estação Experimental Agrozootécnica "Hildegard Georgina Von Pritzelwitz", e remanescentes florestais da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estadual Mata do Barão. Para estes estudos, foram utilizados os métodos de captura com redes "neblina" para os mamíferos voadores, e, para os mamíferos não-voadores, o uso de armadilhas de captura e levantamento qualitativo através dos métodos direto e indireto. A fazenda apresentou uma riqueza alta, sendo 14 espécies de mamíferos voadores, equivalente a 31,7% das registradas na Bacia do rio Tibagi, com o acréscimo de Mesophilla macconnelli e Tonatia silvícola, e 35 espécies de mamíferos não-voadores, que representam 50% das espécies da Bacia, acrescentando-se Marmosops paulensis, Chironectes minimus, Conepatus chinga, Pteronura brasiliensis, e Nectomys squamipes, que ainda não haviam sido registradas. O uso dos ambientes de pastagens para o acesso a outros remanescentes foi verificado para todos os grupos de mamíferos, porém o fragmento florestal foi o mais representativo da diversidade de morcegos da fazenda, ocorrendo um decréscimo nos demais ambientes à medida que se distanciavam do fragmento, e, para os mamíferos não-voadores, foi responsável por uma riqueza maior de espécies. Com relação à comunidade de mamíferos voadores, foi observada uma dominância de Artibeus lituratus, Carollia perspicillata e Sturnira lilum em todos os ambientes da fazenda, uma proporção grande de indivíduos jovens, uma proporção equivalente entre machos e de fêmeas, sendo as fêmeas responsáveis por ¾ dos indivíduos reprodutivamente ativos. Dentre a comunidade de mamíferos não-voadores, a taxa de captura de pequenos mamíferos foi muito baixa, e a ordem Carnívora correspondeu a 38% do total de espécies, mostrando-se bastante abundante em todos os ambientes, principalmente os mesopredadores. O método de levantamento indireto por rastros foi o mais eficiente, porém apresentou muitos problemas em função das diferentes probabilidades de marcar rastros no solo entre as espécies. Os resultados obtidos permitem inferir que o estado de conservação da mastofauna foi satisfatório, sendo encontradas espécies indicadoras de áreas degradadas como : T. silvicola, Myotis ruber, Tapirus terrestris e Tayassu tajacu, e espécies ameaçadas como M. ruber, Chrysocyon brachyurus, Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus, Puma concolor e P. brasiliensis. Entretanto a riqueza elevada de espécies pode ter ocorrido em função da descaracterização do ambiente natural, sendo importante qualquer medida que vise minimizar os efeitos da fragmentação