Análise dos tipos histológicos do câncer de mama em cadelas e sua correlação com o perfil de expressão de proteínas associadas ao prognóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Tatiana Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5167/tde-22102018-103535/
Resumo: INTRODUÇÃO: Embora os avanços na oncologia sejam significativos, o câncer continua sendo um desafio para a ciência médica. Neste contexto, o diagnóstico precoce assume grande relevância, visto que as ferramentas diagnósticas têm permitido o planejamento terapêutico e a definição mais precisa do prognóstico. Dentre as ferramentas mais utilizadas na Medicina Veterinária destacam-se a histopatologia e a imuno-histoquímica. O presente trabalho, além de definir a casuística das neoplasias mamárias caninas, faz uma comparação entre os resultados histopatológicos e imunohistoquímicos permitindo a definição de assinaturas morfológicas e moleculares associadas a parâmetros de pior prognóstico já definidos pela literatura. MÉTODOS: Foram analisadas 129 amostras parafinadas de carcinoma mamário em cadelas por histopatologia e imuno-histoquímica, correlacionando o perfil de expressão das proteínas COX-2, HER-2, Ki-67 e E-caderina, vimentina e p63 com os subtipos histopatológicos de neoplasias mamárias em cadelas definidos na histopatologia. RESULTADOS: Das 129 amostras 7,7% (10/129) eram não neoplásicas, 7,7% (10/129) eram benignas e 84,5% (109/129) eram malignas. O tipo de tumor mais frequente foi o carcinoma em tumor misto 26,3% (34/129). Das 109 cadelas com tumor mamário maligno, 67 (61,4%) apresentaram tumores grau I, ou de histopatologia mais favorável. Quarenta e dois cães (38,6%) tiveram tumores de grau II e III ou de pior prognóstico histológico. Os tumores de grau III apresentaram maior grau de necrose, infiltração linfocitária, invasão linfática, desmoplasia e microcalcificação que os tumores de grau I e II. Os painéis de expressão proteica revelados pela IHC evidenciaram correlação entre grau histológico e expressão de Ki-67, HER-2, COX-2, p63, vimentina e ecaderina. Considerando os tipos histológicos mais agressivos, como carcinomas sólidos e anaplásicos e carcinosarcoma, observou-se que 66% de carcinomas sólidos, 80% de carcinomas anaplásticos e 66% de carcinosarcomas apresentaram alto índice de proliferação pelo Ki67. Outros marcadores confirmaram a associação desses subtipos histológicos com outras variáveis de IHC de pior prognóstico. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo mostraram uma correlação entre os parâmetros histopatológicos e os marcadores imuno-histoquímicos no tumor de grau I, II e III. No entanto, alguns tumores de grau I podem apresentar um indicador de painel imuno-histoquímico de mau prognóstico e ser subestimados se apenas foram avaliados por histopatologia. Por esta razão, a definição de linhas de tratamento e o prognóstico baseados apenas na análise histopatológica é limitado e deve ser complementado por imuno-histoquímica. Além disso, uma alta prevalência de tumores malignos mamários e a semelhança de tipos histológicos e perfis de coloração imuno-histoquímica qualificam a população canina como modelo promissor para estudos de câncer translacional