Expressão imuno-histoquímica da proteína associada ao gene GATA3 nos carcinomas mamários infiltrativos iniciais e sua relação com parâmetro prognósticos morfológicos e moleculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Priscila de Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-23082021-113306/
Resumo: INTRODUÇÃO: GATA3 é um dos seis membros da família de fatores de transcrição GATA e tem importante papel na manutenção da diferenciação das células mamárias. A perda da expressão de GATA3 implica em falha na formação da unidade ducto-lobular. Mutações no gene GATA3 foram identificadas em carcinomas mamários, mais frequentemente nos tumores luminais. A sua expressão vem sendo associada a melhor prognóstico, tanto em tumores luminais como em tumores triplo-negativos. OBJETIVOS: Avaliar em geral a expressão da proteína GATA3 nos carcinomas infiltrativos mamários iniciais, determinar a frequência da identificação da proteína, verificar sua relação com parâmetros histopatológicos e imuno-histoquímicos tumorais e pesquisar sua expressão nos diferentes subtipos moleculares imunohistoquímicos. MÉTODOS: A proteína GATA3 foi pesquisada por imunohistoquímica em 105 pacientes femininas, com diagnóstico histológico de carcinoma mamário invasivo inicial, submetidas a tratamento cirúrgico primário entre 2015 e 2019. A positividade de GATA3 foi considerada quando a coloração nas células foi superior ou igual a 1%. De acordo com a porcentagem de células neoplásicas coradas, a expressão de GATA3 foi classificada em negativa (ausência de coloração ou presente em fraca intensidade em menos de 1% das células neoplásicas), positiva pobre (coloração em até 20% das células), positiva intermediária (coloração entre 21% a 95% das células), positiva rica (coloração em 96% ou mais das células). Para efeito de análise estatística, a preservação da expressão de GATA3 nas células marcadas foi dividida em duas categorias: expressão preservada (positiva em intensidade forte em mais de 95% das células neoplásicas) e expressão reduzida (positiva intermediária, pobre ou negativa). Os graus de expressão de GATA3 foram analisados conforme parâmetros morfológicos, imuno-histoquímicos e subtipos moleculares. RESULTADOS: A expressão de GATA3 foi demonstrada na imensa maioria dos casos (98,1%). A preservação da expressão esteve associada com os seguintes parâmetros de melhor prognóstico: menor grau histológico, expressão de receptores hormonais, menor expressão da oncoproteína HER2 e menor taxa de proliferação celular (Ki67). Com relação aos subtipos moleculares imuno-histoquímicos, nos tumores RE positivos/HER2 negativos a expressão de GATA3 esteve mais frequentemente preservada (93,2% versus 6,7%) (P < 0.001). Já nos tumores RE negativos/HER2 positivos e RE negativos/HER2 negativos a expressão de GATA3 esteve mais comumente reduzida (P = 0,001). CONCLUSÕES: A expressão da proteína GATA3 está presente em quase todos os carcinomas invasivos iniciais da mama. Sua expressão preservada mostrou correlação positiva com fatores de bom prognóstico morfológicos e imuno-histoquímicos. A preservação da expressão difere conforme os diferentes subtipos moleculares imuno-histoquímicos, sendo muito frequente em carcinomas RE positivos/HER2 negativos e relativamente rara em carcinomas RE negativos/HER2 negativos.