Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Varella, Alexandre Camera |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-29092008-174959/
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Resumo: |
Pela abordagem da história cultural, analisamos visões e políticas em torno dos costumes indígenas com psicoativos (bebidas alcoólicas, estimulantes e alucinógenos), por meio da leitura de tratados produzidos entre meados do século XVI e XVII no mundo hispanoamericano. São histórias sobre os antigos mexicanos e peruanos, bem como sobre seus descendentes, nos vice-reinos da Nova Espanha e Peru. Os costumes com substâncias foram retidos como elementos essenciais da idolatria (a falsa religião dos índios); além de usadas em cerimônias e feitiçarias, algumas plantas e poções seriam inclusive adoradas como divindades. Dividimos os capítulos por contextos e grupos de obras/autores: (i) para o contexto geral de consolidação do império espanhol na América, analisamos o dominicano Bartolomé de las Casas e o jesuíta José de Acosta; (ii) para os tempos dos missionários mendicantes na Nova Espanha do séc. XVI, o franciscano Bernardino de Sahagún e o dominicano Diego Durán; (iii) para a época de auge da extirpação da idolatria no séc. XVII, os curas Hernando Ruiz de Alarcón e Jacinto de la Serna na Nova Espanha, e o jesuíta Pablo Joseph de Arriaga no Peru; (iv) analisamos o cronista indígena peruano Felipe Guaman Poma de Ayala na virada dos sécs. XVI-XVII. Outras fontes foram utilizadas, destacando-se os tratados sobre as medicinas dos índios escritos pelos doutores espanhóis Nicolas Monardes, Francisco Hernández e Juan de Cárdenas, assim como de um médico indígena mexicano, Martín de la Cruz. Os principais assuntos discutidos: os juízos de proveito das medicinas que embriagam; os sentidos do vício por meio das substâncias, entre hábito contranatural e veículo para os pecados; a noção de perda do juízo como efeito natural da embriaguez, mas que abre espaço para a intervenção demoníaca; representações dos usos nos sacrifícios, comunhões, feitiçarias, e a idolatria de plantas e poções. Esses assuntos são analisados tendo em vista que a idolatria não informa apenas o estereótipo e o caminho da interdição dos costumes, pois, de outro lado, nomeia os saberes e poderes locais e sua vitalidade, num ambiente de choques, negociações e acomodações político-culturais. |