Intervenções obstétricas realizadas durante o trabalho de parto e parto em uma maternidade de baixo risco obstétrico, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Gomes, Karen
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-28112011-163517/
Resumo: A Institucionalização da assistência ao parto colaborou muito para o avanço da obstetrícia. Foi possível acompanhar o desenvolvimento primeiro do parto e puerpério e depois do período gestacional, o que proporcionou aos profissionais detectar e tratar as complicações do período gravídico-puerperal, fazendo com que o principal objetivo da institucionalização da assistência ao parto fosse alcançado, a diminuição das taxas de mortalidade materna e neonatal. Mas com o avanço das práticas obstétricas, a maioria das gestações e partos, de baixo risco obstétrico, com evolução fisiológica, também foram encarados como de alto potencial para complicações. Isso fez com que procedimentos desnecessários e de rotina fossem introduzidos na assistência a gestação, parto e puerpério. O uso desenfreado desses procedimentos na assistência ao parto, no final do século passado, trouxe como consequência um aumento da morbimortalidade materna e perinatal, e a incorporação de intervenções danosas se tornou problemática. Objetivo: identificar a prevalência de intervenções obstétricas realizadas em mulheres durante o trabalho de parto e parto. Metodologia: trata-se de um estudo transversal descritivo, de caráter quantitativo, com coleta retrospectiva de dados em prontuário, sobre o emprego de intervenções obstétricas em parturientes atendidas no Centro de Referência da Saúde da Mulher - MATER, durante outubro, novembro e dezembro de 2009 e janeiro, fevereiro e março de 2010, totalizando 810 prontuários. Resultados: A maioria (83,6%) das mulheres apresentavam entre 18 e 34 anos de vida, realizaram pré-natal e estavam na primeira gestação. A amniotomia foi praticada em 41,7% das mulheres, sendo a maioria realizada (56,9%) na fase ativa do trabalho de parto; a infusão de ocitocina foi utilizada em 61,7% das parturientes e o início da infusão, em 63,4% das mulheres, aconteceu na fase ativa do trabalho de parto; 56,8% das mulheres receberam analgesia de parto, a maioria (75,4%) realizada na fase ativa do trabalho de parto e 77,6% das mulheres que receberam analgesia receberam apenas uma dose da medicação; a monitorização eletrônica fetal (cardiotocografia) foi realizada em 32,5% das mulheres, na maioria (65,4%) apenas uma vez; e a episiotomia esteve presente em 37,3% dos partos vaginais; a incidência de parto cesárea foi de 28,8% e de parto fórceps de 3,2%. Conclusão: considerando os resultados obtidos e a discussão realizada, podemos constatar que a maternidade em estudo possui índice da maioria das intervenções abaixo dos índices nacionais e, algumas vezes, índices próximos a de países desenvolvidos, porém a maioria das intervenções tem índices acima dos recomendados pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde brasileiro. Sendo assim, é necessária a revisão de alguns protocolos institucionais, assim como uma conscientização da equipe assistencial quanto aos riscos e benefícios reais das intervenções obstétricas empregadas durante o trabalho de parto e parto.