Gramaticalização da construção \'quase que\': motivações cognitivas para o uso da construção de incerteza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nogueira, Priscilla de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-11122014-180858/
Resumo: Antes que essa dissertação pudesse ser imaginada, já havia um ensaio de dois anos sobre construções de natureza pragmática similar. Referimo-nos às construções meio e meio que. Perguntamo-nos por que indivíduos em situações de alta assertividade lançariam mão de estratégias que soavam tão duvidosas e denunciadoras de incerteza sobre seu estatuto. Esse foi o início do novo percurso com as construções quase e quase que e seu possível processo de gramaticalização. Como professora, o interesse era reconhecer seu estatuto e as formas de abordagem pedagógica de elementos pouco centrais em classes de palavras. Como pesquisadora, o interesse era entender como uma mente fluida deixava escapar essa fluidez de raciocínio por meio de determinadas construções linguísticas. A perspectiva adotada, para esta pesquisa, foi a cognitivofuncional. Realizamos o rastreamento histórico de quase e quase que, recorrendo à composição de uma amostra de obras lexicográficas. Foi assim que identificamos seu traço irrealis, o qual se mostrou essencial para a compreensão das funções assumidas pelas construções em questão e também para entender seu percurso na língua. A hipótese inicial era a de que quase codificaria incerteza, mas as análises conduziram para um novo caminho. Para responder às questões, as quais surgiram ao longo da pesquisa, lidamos com três corpora diversos, além de outras amostras, em momentos oportunos: cartas de leitores e redatores do século XIX; redações dissertativas de candidatos ao vestibular e resumos de teses e dissertações do século XXI. Partimos do pressuposto, neste trabalho, de que cognição, consciência, experiência, cérebro, interação, sociedade e cultura estão intrinsecamente conectados de formas complexas e dinâmicas na linguagem