A relação entre filosofia e pedagogia no ensino do filosofar e no ensino de filosofia descolonizador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza Filho, Homero Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-16022023-092836/
Resumo: O objetivo inicial desta pesquisa foi tratar da relação entre filosofia e pedagogia em trabalhos teóricos de grande relevância sobre o ensino de filosofia voltados para o ensino secundário, com a intenção de identificar e levar à luz a importância da pedagogia (teorias pedagógicas) para se pensar e exercer um ensino de filosofia que leve o estudante ao exercício do filosofar. Analisamos trabalhos teóricos sobre o ensino de filosofia, desenvolvidos no século XX, que reivindicam o ensino e aprendizagem do filosofar, e que se apropriam de conceitos e de concepções sobre aprendizagem das novas teorias pedagógicas e das ciências da educação do século, como o construtivismo. Trabalhos teóricos como os de Michel Tozzi, João Boavida, e outros, que estabeleceram uma mudança de perspectiva sobre o ensino de filosofia (ensinar a filosofar). Em seguida, analisamos os trabalhos que, em continuidade com essa mudança de perspectiva, propuseram, contudo, um tratamento filosófico para o ensino de filosofia, com o entendimento de que o ensino da filosofia é um problema filosófico, como os textos de Alejandro Cerletti e a proposta metodológica de Sílvio Gallo, além de outros. São trabalhos que, por oferecerem um tratamento filosófico para o ensino de filosofia, excluem ou colocam em segundo plano os conhecimentos produzidos pelas teorias pedagógicas, o que os tornam reflexões importantes, porém insuficientes para a operacionalidade do ensino de filosofia. Confrontando todos esses trabalhos teóricos dessa mudança de perspectiva com o pensamento decolonial, e com a pedagogia decolonial, como a pedagogia descolonizadora de Paulo Freire, podemos observar que essa produção textual apresenta insuficiências no sentido pedagógico (didático), político e filosófico. Suas limitações se devem ao fato de concederem pouca atenção os conhecimentos sobre como o educando aprende (ensino de filosofia como problema filosófico), de não problematizarem filosoficamente a realidade ou contexto do educando, e de não fazerem uma crítica ao papel colonizador (colonização epistemológica) da tradição filosófica ocidental europeia e estadunidense com a articulação de outras filosofias, como as africanas e latino-americanas. Assim, identificamos a importância de se pensar e operacionalizar um ensino de filosofia descolonizador (crítica ao pensamento ocidental europeu), que problematiza filosoficamente a realidade dos alunos, e com isso possa ser mais emancipador.