Entre o ensino de filosofia e a aprendizagem filosófica: a experiência do pensar a partir de Gilles Deleuze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rosa, Sara Morais da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/145000
Resumo: O trato concedido à Filosofia, como disciplina oficial do currículo escolar brasileiro, foi desde o seu princípio tangenciado por ambivalências e inconstâncias que forjaram para o seu ensino um horizonte controverso. Ainda que as diretrizes e normativas educacionais acerca do ensino da filosofia aventassem para sua potência em romper com os dispositivos de transmissão e aquisição mecânica de conteúdos, o modelo institucionalizado deste ensino permanece, ainda hoje, refém de uma dimensão reprodutivista de caráter explicador. Este paradigma pouco contestado, a saber, a lógica da explicação, é responsável por instaurar no ensino um dualismo cego, a partir do qual as modulações do aprendizado do estudante devem necessariamente estar sujeitas à manifestação das explicações e representações de um professor. Desse modo, a função do ensino deixou de se projetar em direção à promoção de uma experiência filosófica, assumindo a tarefa de conformar o pensamento a uma ortodoxia filosófica, restringindo a potência do filosofar a uma imagem distorcida do próprio pensar. Portanto, ainda que propuséssemos uma perspectiva do aprender como emprego livre e pessoal da razão, conforme aventou Kant, esta não seria capaz de prescindir da submissão do pensamento aos estados da representação, afinal, na gênese deste procedimento da razão consiste também a marca indelével de uma imagem dogmática do pensar que subsidia as diversas dimensões de sua manifestação. A partir desta imagem dogmática, que se erigiu segundo ideias gerais do senso comum e do bom senso, o pensar fora entendido pelo viés recognição, como processo que engendra a constituição de modelos e conformações, segundo a ordem da representação, sem jamais diferenciar-se na experimentação do devir. À vista disso, objetivamos investigar nesta dissertação em que medida nos é possível, ainda, promover, no contexto de um ensino representacional, uma aprendizagem filosófica que se abra à experimentação do pensar, como criação de novos sentidos. Para tanto, buscaremos elucidar em que consiste esta experiência do pensar, à luz do uso disjuntivo das faculdades, para, em seguida, compreender em que sentido esta experiência se faz possível com vistas ao aprender a filosofar. A hipótese que atravessa este trabalho articula-se em torno da obra deleuziana Proust e o Signos, a partir da qual defendemos a possibilidade de encontrar, na relação do aprendiz com o signo, uma nova perspectiva sobre a aprendizagem filosófica como lugar de emergência do pensar.