Geografia do extermínio e povoamento do norte do Paraná: a violência necessária na franja pioneira paulista (1930-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fujicava, Renato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-08012014-150729/
Resumo: Esta dissertação trata da expansão agrícola cafeeira pós 1930, tendo como área de estudos o norte do Paraná. Expansão apreendida por Pierre Monbeig como franja pioneira paulista e cujo norte do Paraná é um momento constituinte deste processo, se configurando na mesma região ou então possuindo o mesmo processo formativo. A exposição é dividida em quatro capítulos. No primeiro, discutimos a abordagem geográfica contemporânea ao processo de expansão agrícola verificado pós 1930, que tinha como motivo norteador das pesquisas a análise sobre o processo de povoamento, também aprendido como conquista do solo. No segundo, analisamos um projeto de desenvolvimento nacional proposto pela Comissão Mista Brasil Estados Unidos realizado por volta de 1950, que se constitui no estudo mais global da economia brasileira realizado até então. A análise deste projeto, além de permitir uma discussão sobre seus significados enquanto plano de modernização nacional, permitiu uma exposição do quadro econômico brasileiro entre os anos 1930 e 1950. O terceiro capítulo procura relacionar os dois momentos anteriores da dissertação. O eixo principal da argumentação será a discussão sobre o que se estabelece como formação do mercado de terras. No quarto e último capítulo, nos debruçamos sobre a análise de uma amostra de, aproximadamente, 200 autos criminais da comarca de Londrina. Da análise destes documentos, resultou a apreensão da violência como imanência da reprodução social da franja pioneira. A leitura da obra principal de Pachukanis, Teoria geral do direito e marxismo, permitiu que observássemos um importante vínculo da violência como forma de ser do direito e este como mediação necessária de uma sociabilidade formada por indivíduos produtores de mercadorias e que, portanto, devem se relacionar como proprietários de mercadorias. Assim, a forma negativa em que se expressa o direito, isto é, pela violência, e não pela efetivação da troca de mercadorias em comum acordo, permitiu que apreendêssemos a violência como manifestação da forma negativa da expansão do capital posta como franja pioneira paulista, cujo principal elemento a ser observado é uma presença-ausência do dinheiro definindo o povoamento no norte do Paraná, de modo que a violência imanente ao capital se explicitou como acerto de contas sangrento.