Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Raimundo Wilane de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-25092014-120919/
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Resumo: |
Três experimentos foram desenvolvidos em duas etapas, utilizando-se as dependências e instalações da Embrapa - Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE, com os seguintes objetivos: avaliar quanto aos aspectos físicos, físico-químicos, químicos e bioquímicos de pedúnculos de cajueiro anão precoce CCP-76 durante o desenvolvimento e maturação; caracterizar quantitativa e qualitativamente as alterações nos constituintes da parede celular do pedúnculo associadas aos processos de desenvolvimento e maturação, e verificar o efeito da aplicação pós-colheita de cálcio, em diferentes concentrações, sobre as características físicas, físico-químicas, químicas e bioquímicas dos pedúnculos submetidos a armazenamento refrigerado sob atmosfera modificada. Os cajus utilizados neste trabalho, foram obtidos na área comercial de clones de cajueiro anão precoce instalada na Empresa Mossoró Agro-industrial S.A. O clone selecionado para este estudo foi o CCP-76 por ser o mais cultivado para produção de pedúnculos para comercialização in natura. As colheitas foram feitas em junho e agosto de 1997 para os experimentos 1 e 2 respectivamente, e em novembro de 1998 para o experimento 3. Os cajus, depois de colhidos, foram imediatamente transportados para o laboratório, onde se deu início aos estudos conforme o experimento em questão. Para os experimentos 1 e 2, os cajus foram selecionados em sete estádios de desenvolvimento e maturação de acordo com a coloração externa do pedúnculo e da castanha: 1. verde com castanha verde; 2. verde com castanha madura e seca; 3. verde claro; 4. Início de coloração amarela; 5. Amarelo com início de cor laranja; 6. laranja claro e 7. laranja escuro. No primeiro experimento, foram realizadas análises físicas, físico-químicas, químicas e bioquímicas dos pedúnculos: peso total (castanha + pedúnculo) peso do pedúnculo e o da castanha, diâmetros e comprimento, firmeza, clorofilas, carotenóides, antocianinas, pH, sólidos solúveis, acidez, vitamina C, cálcio, amido, açúcares, compostos fenólicos, pectinas, atividade das enzimas poligalacturonase, pectinametilesterase, polifenoloxidase e peroxidase. No segundo experimento, a partir de material de parede celular extraído, foram realizadas as seguintes análises: celulose, hemicelulose, uronídeos totais, grau de esterificação de pectinas e cálcio ligado. No terceiro experimento, os cajus foram colhidos no estádio de maturação comercial (estádio 7) e submetidos a seleção, préresfriamento, desinfecção em água clorada, secagem ao ar, nova seleção e tratamento com CaCI2 a 0,5%, 1% e 2% com espalhante adesivo, sendo que a testemunha foi apenas em água contendo o espalhante. Após secagem ao ar, os cajus foram acondicionados em bandejas, as quais foram envolvidas em PVC armazenadas em câmara com temperatura de 5°C ± 1°C e umidade relativa de 88% ± 3%. A cada 5 dias, por um período de 25 dias, foram tomadas amostras para execução das seguintes análises: perda de peso, firmeza, senescência, antocianinas, pectinas, compostos fenólicos, vitamina C, pH, sólidos solúveis, acidez, açúcares solúveis, cálcio, atividades de pectinamestilesterase e poligalacturonase. A maior relação sólidos solúveis/acidez foi atingida no estádio 7, indicando que este é o ideal para a colheita de pedúnculos ocasião em que alcança sua máxima qualidade para o consumo. Os pedúnculos de caju apresentaram amaciamento acentuado durante o desenvolvimento e maturação, observando-se paralelamente redução no teor de pectina total e aumento na percentagem de solubilização. A firmeza dos pedúnculos apresentou correlação significativa e inversa com a solubilidade das pectinas e com a atividade das enzimas PME e PG. A solubilidade da pectina, por sua vez, mostrou correlação significativa e positiva com a atividade de ambas as enzimas, que se correlacionaram entre si positivamente. O ambiente refrigerado aliado a atmosfera modificada, pode ser usado com sucesso no retardamento do processo de senescência do pedúnculo de caju, uma vez que aumenta substancialmente sua vida pós-colheita sem causar injúrias fisiológicas por até 20 dias. Pedúnculos tratados com cálcio foram mais firmes do que os não tratados, sendo que a partir de 0,5% não se observou um aumento do efeito. Doses crescentes de cálcio proporcionaram teores médios de cálcio total, solúvel e insolúvel superiores aos da tetemunha. O tratamento com cálcio não inibiu a atividade da pectinametilesterase. Porém foi decisivo na atividade de poligalacturonase, uma vez que os pedúnculos não tratados obtiveram valores médios de atividade dessa enzima superiores aos tratados. |