Comunicação de más notícias em obstetrícia: impacto de treinamento institucional na percepção dos profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Fernanda Figueiredo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-10122019-085629/
Resumo: Introdução: O termo \"má notícia\" designa qualquer informação transmitida ao paciente ou a seus familiares que implique, direta ou indiretamente, de forma negativa sobre expectativas de seu futuro. A forma como a notícia é transmitida pode impactar negativamente no seguimento da paciente. A despeito disto, pouco tempo é despendido para tal função durante a formação médica, o que torna esta tarefa ainda mais árdua para o profissional responsável por esta comunicação. Na área da Obstetrícia, poucos são os trabalhos que descrevem programas de treinamentos na comunicação de más notícias, assim como seu impacto na percepção dos profissionais de saúde. Objetivo: Avaliar o impacto de treinamento institucional em comunicação de más notícias na percepção dos profissionais de saúde. Métodos: Estudo prospectivo envolvendo médicos especialistas em saúde materno-fetal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Estes foram convidados a preencher um questionário institucional baseado no protocolo SPIKES para comunicação de más notícias antes e após o treinamento formal para a transmissão de más notícias na instituição. O treinamento foi dividido em teórico e prático. As respostas do questionário foram comparadas usando testes não paramétricos para avaliar as diferenças nas percepções dos médicos nas duas etapas. Os itens do questionário foram avaliados individualmente e em grupos seguindo as etapas de comunicação do protocolo SPIKES. As avaliações dos médicos em relação ao treinamento proposto foram analisadas usando metodologia quantitativa. Resultados: Cento e dez médicos foram convidados a participar. Noventa médicos completaram o questionário antes do treinamento proposto e quarenta médicos responderam o questionário após o treinamento completo. Após o treinamento, houve melhora significativa em saber como preparar o ambiente antes de transmitir a má notícia (P = 0,010), na percepção de sentir-se preparado e capacitado em transmitir más notícias (P < 0,001), sentir-se capaz de discutir o prognóstico (P = 0,026), sentir-se capaz de discutir o término da gravidez ou início de cuidados paliativos (P = 0,003), sentir-se capaz de discutir questões de fim de vida (P = 0,007) e sentir-se confiante para responder questões difíceis (P = 0,004). A comparação das respostas agrupadas seguindo os passos do protocolo SPIKES mostrou diferenças significativas entre as etapas para os seguintes passos: \"Knowledge\" (P < 0,001), \"Emotions\" (P = 0,004) e \"Strategy and Sumarize\" (P = 0,002). Conclusão: A implementação de treinamento formal em caráter institucional para a transmissão de más notícias foi capaz de modificar a percepção dos profissionais em relação a esta comunicação