Estrutura genética de populações de Stylosanthes humilis H. B. K. (Leguminosae) de três regiões ecogeográficas do Estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Marcon, Gothardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20210104-180017/
Resumo: Neste trabalho, foram analisadas 25 populações de S. humilis H.B.K. cujas sementes foram coletadas em duas transeções (Norte-Sul e Leste-Oeste), ao longo de três regiões ecogeográficas do Estado de Pernambuco. Todas as famílias coletadas foram analisadas em laboratório através da técnica de eletroforese. Foram determinados e estudados 20 locos isoenzimáticos sendo 15 polimórficos, pertencentes a cinco sistemas: catalase, esterase, leucina aminopeptidase, malato desidrogenase e peroxidase. Foram analisadas em média também 20 progênies por família para determinar a taxa de cruzamento em algumas populações naturais. Com o objetivo de se avaliar a relação dos padrões de variabilidade aloenzimática obtida em laboratório e a influência da seleção natural nas diferentes condições ecogeográficas de origem de cada população, foram instalados dois ensaios no campo experimental de Anhembi, Piracicaba, sendo um para quantificar e analisar o desempenho dos caracteres morfológicos e agronômicos e outro para determinar a taxa de cruzamento usando locos marcadores (E1 e E2) homozigotos. Progênies do ensaio instalado para obtenção da taxa de cruzamento e das plantas mais e menos produtivas do outro ensaio também foram analisadas por eletroforese para a obtenção dos resultados que são discutidos neste trabalho. As conclusões básicas deste trabalho sao as seguintes: 1. Em S. humilis, o polimorfismo isoenzimático e uma função da variação ambiental. 2. A diversidade gênica (H), que é a melhor expressao da variabilidade genética é uma evidência da resposta imediata às condições ambientais principalmente clima, solo e tamanho da população. 3. A região do Agreste, apesar de ser a menor região estudada e suas populações ocorrerem a beira de rodovias e serem relativamente próximas, além de ser a região mais variável e de clima instável, comporta populações de maior variabilidade em todos os níveis genéticos estudados. 4. As duas regiões ecogeográficas extremas, Mata e Sertão apresentam padrões de variabilidade genética uniformes porém distintos, com menores valores na região da Mata, as quais são interligadas pelo padrão do Agreste que além de ser intermediário possui populações com valores superiores as outras duas. 5. Com base na estrutura genética das populações da região da Mata, concluiu-se que estas apresentam uma distribuição marginal, cujo estreitamento da variabilidade deve ter sido ocasionado pelo “efeito do fundador”, levando à deriva genética. 6. As populações do Agreste e Sertão devem pertencer ao centro de diversidade da espécie. 7. A curva de distribuição da frequência da taxa de cruzamento em ensaio de campo, acompanha a curva da frequência do florescimento. 8. Quanto maior a taxa de cruzamento maior e a variabilidade observada nas populações naturais e menor e a divergência genética. 9. Os resultados de três metodologias para medir a taxa de cruzamento foram equivalentes, com variações médias entre populações e regiões de 21% a 32%.10. As regiões climáticas não influem significativamente sobre a produção forrageira e sim sobre os caracteres relacionados à superficie foliar e comprimento do pecíolo foliar e internódio.11. A produção forrageira em S. humilis em ambientes heterogêneos é favorecida pela variabilidade genética.12. As populações provenientes de regiões de precipitação tardia apresentam maior produção de biomassa. 13. A variabilidade genética expressa pela proporçao de locos polimórficos e pela diversidade é inversamente proporcional à precipitação pluviométrica anual, o que faz esta espécie ser bem adaptada ao semi-árido. 14. A diversidade gênica expresssa pela quantidade de informação genética diferente (alelos diferentes) e pela heterozigosidade é positivamente correlacionada com a produtividade forrageira do S. humilis.