Dinâmica populacional de três espécies do gênero Stylosanthes (Leguminosae-Papilionoideae): S. guianensis (Aubl.) Sw., S. scabra Vog. e S. viscosa Sw.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Paterniani, Maria Lidia Stipp
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-141406/
Resumo: O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de ampliar as informações sobre a dinâmica populacional das espécies Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw., S. scabra Vog. e S. viscosa Sw. Para tanto, foram obtidos dados sobre: (1) a variação temporal no padrão de distribuição espacial das três espécies; (2) as relações de vizinhança entre as mesmas; (3) o nível de segregação das três espécies; (4) os componentes da história vital e; (5) a variabilidade genética isoenzimática existente entre as três espécies de Stylosanthes. Os dados foram obtidos através de coletas e observações de campo realizadas em áreas de pastagem e áreas alteradas (sem pressão animal) localizadas em quatro regiões do Estado de São Paulo (Piracicaba, São Pedro, Americana e Charqueada). Para a análise das isoenzimas esterásicas foi empregado o método de eletroforese horizontal em gel de amido. As análises foram desenvolvidas no Laboratório de Genética Ecológica, do Instituto de Genética ESALQ/USP. As principais conclusões obtidas foram: 1) Não houve variação no padrão de distribuição espacial das espécies S. guianensis, S. scabra e S. viscosa nas duas áreas de pastagem amostradas em Piracicaba (SP) e São Pedro (SP), após um período de três anos. As espécies mantiveram, após aquele período, o modelo colonial de distribuição espacial; 2) Na maioria das comunidades naturais de Stylosanthes houve uma condição de anisopletia na representação das três espécies estudadas, isto é, houve uma desigualdade na proporção de cada espécie em cada comunidade. A predominância de cada espécie numa determinada região deve estar relacionada às condições ecológicas específicas daquela região; 3) Com relação às combinações de planta base/primeiro, segundo e terceiro vizinhos mais próximos para a maioria das comunidades naturais de Stylosanthes amostradas, a formação dos pares de vizinhança não foi independente ou casual, mas houve uma associação preferencial entre as três espécies estudadas. Essa associação ocorreu entre plantas da mesma espécie, ou seja, há uma tendência das três espécies de Stylosanthes se excluírem umas às outras, evitando assim, uma competição inter-específica; 4) O nível de segregação das três espécies de Stylosanthes variou no tempo, entre as diferentes comunidades amostradas e entre os três tipos de combinações de vizinhança (primeiro, segundo e terceiro vizinhos mais próximos). Essas variações devem estar relacionadas às variações de tempo e espaço que ocorrem tanto entre como dentro de cada comunidade amostrada; 5) O banco de sementes presente nas duas áreas de pastagem amostradas (Piracicaba e São Pedro) é bastante diversificado, sendo composto de sementes das três espécies de Stylosanthes estudadas e de diversas espécies invasoras, cujas sementes se encontram agregadas no solo. As sementes de Stylosanthes presentes no banco do solo possuem alta porcentagem de dormência exógena. A manutenção de uma porcentagem de sementes dormentes no solo vem a ser uma estratégia adaptativa da comunidade vegetal para a preservação das espécies e da variabilidade genética das mesmas; 6) A partir da população do banco de sementes até a população de plantas adultas, há uma gradativa redução no número de indivíduos que compõem cada estádio do ciclo vital das espécies de Stylosanthes, em ambas as áreas de pastagem amostradas. O número de indivíduos aumenta na população de sementes produzidas, cuja densidade é maior que a da população de plantas adultas; no entanto é menor que a da popu1ação do banco de sementes. O padrão descrito pelas relações de densidade dos diferentes estádios do ciclo vital das espécies de Stylosanthes segue as etapas do modelo de dinâmica populacional de plantas descrito por HARPER & WHITE (1970), que resume a sequência de eventos naturais por que passa uma semente, desde a sua formação na planta-mãe até o seu desenvolvimento como planta adulta; 7) Há variações quanto ao número e padrão de bandas das isoenzimas esterásicas entre as três diferentes espécies de Stylosanthes. Para cada espécie, porém, há uma constância no padrão de bandas em ambas as regiões amostradas, nos dois anos de coleta, tanto em famílias coletadas individualmente, como nas coletadas em colônias; com exceção da espécie S. scabra que apresenta polimorfismo com relação ao padrão de bandas esterásicas, entre as famílias originárias de Piracicaba; 8) O monomorfismo isoenzimático presente em S. scabra originária de São Pedro e em S. guianensis e S. viscosa coletadas em ambas as regiões amostradas, deve estar relacionado ao efeito do fundador, que causa deriva genética, ou seja, a colonização das áreas de pastagem de Piracicaba e São Pedro deve ter ocorrido com poucos indivíduos, apresentando restrita variabilidade genética.