Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Crispim, Douglas Henrique |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-10032020-095906/
|
Resumo: |
Introdução: Na prática, existe uma grande incerteza sobre a introdução, não introdução ou retirada de antibióticos em uso, em pacientes com doenças terminais. Muitos pacientes irão falecer em uso de esquema antibiótico e isso gera questionamentos sobre a real utilidade dessas medicações para pacientes com doenças terminais. Quando usados até momentos próximos ao óbito, seu uso deve ser reconsiderado, pois podem significar o prolongamento desnecessário do sofrimento. A maioria dos estudos sobre o uso de antibióticos no fim da vida é retrospectiva. Esta heterogeneidade torna difícil a avaliar quais decisões os médicos que atuam em cuidados paliativos tomariam quando expostos a um mesmo cenário. Objetivos: Avaliar a decisão de médicos atuantes em cuidados paliativos sobre a introdução e ampliação de espectro de antibióticos para infeções em pacientes no fim da vida portadores de Câncer, doença de Alzheimer, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Acidente Vascular Encefálico Maligno de Artéria Cerebral Média e Falência Múltipla de Órgãos em unidade de terapia intensiva. Métodos: Foi elaborado um questionário online com casos de infecção e casos de não resposta após 72 horas de uso de antibióticos para cada tipo de doença terminal. Estas vinhetas foram enviadas a médicos que atuam em cuidados paliativos no formato survey. Foi feita a análise descritiva e em seguida foi feita uma análise bivariada de cada situação clínica, avaliando possíveis associações de alguma variável com o início ou ampliação do esquema antibiótico para cada cenário. As variáveis com valor de p de 0,10 ou menor foram incluídas no modelo de regressão logística para análise multivariada. Resultados: Dos 900 questionários enviados, 224 foram respondidos. Em 100% dos cenários, a maioria dos médicos optou por iniciar antibióticos nos casos de infecção. Especificamente para os casos de não resposta do antibiótico após 72 horas para cenários de demência avançada e falência múltipla de órgãos em unidade de terapia intensiva, a maioria dos médicos optou por suspender definitivamente o esquema antibiótico. Porém nos casos de câncer com PPS 30%, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica GOLD- D, e acidente vascular encefálico maligno, a maioria dos médicos decidiu pela ampliação ou manutenção do esquema antibiótico. As variáveis mais associadas ao uso dos antibióticos foram ausência de formação especializada em cuidados paliativos e tempo desde a graduação maior que 13 anos. Outras variáveis associadas a esta conduta foram predominância dos atendimentos em ambiente extra-hospitalar, atuação predominante do médico no setor público, possuir mais de 4 médicos na equipe, ser do sexo feminino, possuir cargo de coordenador do serviço. Conclusão: Para esta amostra, médicos de cuidados paliativos, em sua maioria opta por iniciar antibióticos nos casos de infecção em pacientes no fim da vida, e, com exceção dos casos de demência avançada e falência múltipla de órgãos na unidade de terapia intensiva, a maioria ainda decide por ampliar ou manter esquema antibiótico nos casos de não resposta em 72 horas de início do mesmo. Médicos com mais tempo de formado e sem especialização formal em cuidados paliativos foram os principais fatores associados à decisão por utilizar antibióticos |