Estimativa de custos de pacientes com câncer em unidade de cuidados paliativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rozman, Luciana Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-27092018-092046/
Resumo: Introdução: Diversos estudos têm demonstrado que os cuidados paliativos (CP) melhoram o controle dos sintomas, a satisfação e o suporte psicológico dos pacientes com câncer e de seus familiares. Há evidências de que quanto mais precoce for o ingresso do paciente em CP menor será a utilização de tratamentos agressivos no último mês de vida. Além disso, a potencial redução nos custos do tratamento na fase final da vida associado a CP também tem sido relatada na literatura. No Brasil, não há estudo que estime o uso de recursos e os custos dos cuidados paliativos para pacientes com câncer. Objetivos: Estimar os custos diretos médicos de cuidados paliativos para pacientes com câncer na perspectiva do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Métodos: Estudo de descrição de custo retrospectivo para estimar a utilização de recursos e os custos diretos médicos associados ao serviço de cuidados paliativos, sob a perspectiva do serviço de saúde (ICESP). A amostra incluiu pacientes maiores de 18 anos com câncer, que foram a óbito de 2010 a 2013 e que receberam pelo menos dois atendimentos em cuidados paliativos e/ou fizeram uso do hospice. Os prontuários eletrônicos e as bases de dados administrativas do Instituto foram as fontes de dados. Utilizou-se das metodologias de microcusteio e macrocusteio para estimar os custos unitários. Realizou-se ainda análises de sensibilidade univariada e multivariada. Os fatores que impactam os custos foram identificados por meio de modelos lineares generalizados. A associação entre cuidados paliativos precoces e indicadores de tratamento agressivo foi avaliada pelo teste qui-quadrado de Pearson e pelo teste exato de Fisher. Resultados: Entre os 2.985 pacientes que fizeram parte do estudo, o intervalo de tempo entre o início em cuidados paliativos e o óbito apresentou mediana de 34 dias. Os pacientes que ingressaram até três meses antes do óbito realizaram menos visitas à emergência (p < 0,001). O custo total foi de R$ 67.372.455,91, com custo médio por paciente de R$ 22.570,34. Os pacientes com câncer de cérebro foram os que apresentaram maior custo (R$ 35.488,47). Não houve diferença no custo do último mês de vida entre os pacientes que ingressaram mais precocemente e os que ingressaram mais tardiamente em cuidados paliativos. Os fatores preditores do custo foram idade do paciente, localização do câncer, local do óbito, número de internações, número de visitas à emergência, dias em hospice e dias em cuidados paliativos. Conclusão: Este estudo permitiu conhecer as práticas de um serviço de cuidados paliativos, apresentou a utilização de recursos e os custos nas diversas localizações do câncer sob a perspectiva do provedor e poderá contribuir para a discussão sobre o cuidado paliativo no Brasil